sexta-feira, 25 de julho de 2008

BATMAN- CAVALEIRO DAS TREVAS

Quarta-feira fui assistir ao filme mais esperado do ano:"Batman - O Cavaleiro das Trevas” e pelo jeito, todos estavam ansiosos como eu, pois fazia um bom tempo que eu não enfrentava fila para ver um filme. Depois de ler alguns comentários nas revistas “VEJA” e na “ISTO É”, além de verificar os blogs notei quase uma unanimidade: todas críticas são positivas e a maioria afirma que o trabalho de Ledger é fenomenal, deixando Jack Nicholson, que se considerava imbatível, muito decepcionado. Alguns esperavam ir ao cinema e encontrar só diversão, mas o filme surpreendeu pela densidade do tema e a seriedade dos personagens, chegando a ser quase filosófico, mas os fãs defendem dizendo que só agora Nolan retoma o tema dos quadrinhos sem distorções.
Quinze anos depois de seu lançamento, o livro "Batman - O Cavaleiro das Trevas", escrita e desenhada por Frank Miller, finalmente ganha a sua esperada continuação. A história, que trazia o Homem-Morcego já na casa dos cinqüenta anos, foi considerada uma doideira total na época - e acabou por se tornar um clássico do gênero.
Quando criou o personagem em 1939 para a editora DC Comics, o jovem desenhista Bob Kane não tinha a menor idéia das proporções que sua criação tomaria. Além de zilhões de aparições em quadrinhos nestes últimos 60 anos, o Homem-Morcego virou filme (dois ótimos e dois péssimos), uma ridícula - apesar de cult - série de TV (aquela do "Pow! Sock! Blam!") e uma dezena de desenhos animados, entre muitas coisas mais. Mas apesar de toda essa exposição e usurpação de sua imagem pela mídia, ainda existem aqueles que levam o tema a sério. E não são poucos.
Trecho do livro:
Gotham City era formada por frias lanças de concreto iluminado pelo luar, varrida pelos ventos e insondável, desvanecendo-se em nuvens de luzes urbanas, brumas alvas e úmidas, milhas abaixo de mim. (...) Uma sombra caía atrás de mim. Asas próximas e quase silenciosas. (...) O luar banhava suas costas, os ombros enormes, percorria o pescoço musculoso rumo ao crânio, atingindo o triângulo de uma das orelhas pontiagudas de morcego. Erguia-se no espaço, asas abertas, e depois caía. Agora transformadas em tremulante capa, as asas envolviam o corpo de um homem. Ele passou por mim, e sua sombra, deslizando através das paredes, crescia até tragar prédios inteiros iluminados pelas brumas cintilantes. A sombra mesclava-se com a névoa. Desaparecia."

quarta-feira, 23 de julho de 2008

BRANCA DE NEVE


Uma análise crítica do conto de fadas "Branca de Neve", feita por Márcia Tiburi, integrante do programa Saia Justa. Ela também é professora universitária de Filosofia e escritora. Vale a pena assistir o vídeo:

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Partícula de Deus


Astrofísica Ângela Vilella Olinto é professora em Chicago
Ela é a primeira mulher a integrar o conselho da Universidade de Chicago. Está há 25 anos nos Estados Unidos e comenta sobre a partícula de Deus no programa do JÔ.

domingo, 20 de julho de 2008

DE CABO A RABO

Biografia de Dercy Gonçalves, por Maria Adelaide Amaral
A atriz Dercy Gonçalves, que no último dia 23 de junho completou 101 anos (ou 103, de acordo com sua versão), morreu na tarde deste sábado (19) no Hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. Dercy Gonçalves foi uma das pioneiras da teledramaturgia brasileira, e atuou em novelas até 1992, com “Deus Nos Acuda”, da TV Globo. Sua estréia no teatro aconteceu em 1929, na cidade de Leopoldina (MG), em dueto com o ator Eugênio Pascoal. No Rio de Janeiro, faz carreira no teatro de revista na década de 30 e nos anos 40.
No ano de 1943, estréia no cinema com o filme “Samba em Berlim”, e desde então participou em mais de 30 filmes. O último lançado em vida foi o curta-metragem “Célia & Rosita”, de 2000. Dercy ainda participou de “Nossa Vida Não Cabe Num Opala”, longa de Reinaldo Pinheiro premiado no Cine PE em maio deste ano, que ainda não foi lançado comercialmente.
Conhecida por seu humor debochado e pelos palavrões, tornou-se sinônimo de improviso e irreverência. Nascida Dolores Costa Gonçalves, em Santa Maria Madalena, no Rio de Janeiro, adotou em 1927 o nome artístico de Dercy Gonçalves para tentar a carreira de cantora.
O PDL presta uma homenagem, divulgando sua biografia.
Baixe a Biografia de Dercy
Fonte: Projeto Democratização da Leitura

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Nova animação da PIXAR :PRESTO BUNNY

Se você foi no cinema e assistiu “Wall•E”, já viu esta excelente curta. Para os que ainda não foram tenho certeza de que vão gostar. Toda vez que a PIXAR lança uma animação, antes nos concede uma curta. A história se passa na virada do século 19, onde um mágico se encontra em um duelo no palco com seu coelho faminto, o que inclue uma troca de varinha por cenoura. Presto, o mágico, nunca sofreu tamanha humilhação, já que o rasteiro coelho Alec lhe dá um gosto de seus próprios poderes supernaturais. Há vários momentos envolvendo cartolas e confusões no estilo do vaudeville durante os cinco minutos, enquanto Presto é atacado por uma escada, tem suas roupas rasgadas, ovos jogado em seu rosto, acaba eletrocutado entre outras clássica do TOM E JERRY. Ficou curioso? O bom foi ver no cinema, mas se você ainda não viu ou deseja revê-lo assista-o na íntegra.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O CORONEL E O LOBISOMEM

PONCIANO DE AZEREDO FURTADO: Dois metros de altura, barba ruiva, fortão, voz grossa, invencioneiro e bondoso. Por vezes, maluco da cabeça e apreciador de rabo-de-saia.
Confesso que ainda não tinha lido o livro até ver o lançamento do filme estrelado por Diogo Vilela, Selton Mello, Pedro Paulo Rangel e Ana Paula Arósio. Quando assisti ao filme pela TV fiquei bastante curiosa em ler o livro. Coronel Ponciano é um personagem extremamente peculiar, reflexo de um período de transição entre uma república baseada nos mandos e desmandos de um pequeno número de pessoas bem relacionadas, munidas de patentes militares e moradoras do interior, e do grande processo de urbanização ocorrido no século XX. A descrição do próprio personagem principal já nos mostra a preocupação do autor em satirizar esse sistema. Ponciano de Azeredo Furtado, é a matriz de vários personagens que surgiram após o lançamento do livro, como o invencioneiro Pantaleão, criado pelo gênio do meu conterrâneo, Chico Anysio.Mistura de valentão com froxo, casa nova e quasímodo (não pela beleza, mas pelo sucesso para com as mulheres), experiência no trato com as pessoas e ingenuidade completa no inverso, fazem desse um dos melhores personagens da literatura nacional no século XX. O autor José Cândido de Carvalho, resume em Ponciano “um personagem que corporifica em seus quase dois metros de inútil valentia o heróico e patético dos últimos senhores rurais da região canavieira do norte fluminense, destronados pelo incoercível processo de urbanização da sociedade brasileira”. José Cândido também mistura nos discursos de Ponciano, expressões de inspiração militar e jurídica com expressões tiradas de dentro dos currais e das plantações. Um mistura do popular e do acadêmico, gerando todo um “palavreado” novo dentro dessa história. E o Lobisomem do título, onde se encaixa nisso tudo? No livro ele é apenas mais um dos muitos casos contados e enfrentados pelo Coronel, sem nenhum destaque maior. O Coronel e Lobisomem de José Cândido de Carvalho é um livro imperdível para os amantes da nossa excelente literatura.
Carvalho, José Cândido. O Coronel e o Lobisomem. Rocco, 2000.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Você adora a trilogia Matrix?

Jean Braudrillard, o homem que detonou a trilogia Matrix.
Você tem que conhecer o pensador que inspirou os diretores e depois detonou os filmes. Como todo bom francês, o pensador Jean Baudrillard, que faleceu no ano passado aos 78 anos, se recusava a falar em inglês. Mas conseguiu ser muito popular nos Estados Unidos porque seu nome sempre esteve na boca e nos ouvidos dos espectadores da trilogia Matrix. No primeiro filme dos irmãos Wachowski, o hacker Neo (Keanu Reeves) guarda seus programas de paraísos artificiais no fundo falso do livro Simulacros e Simulação, de Baudrillard. Keanu leu o livro e costuma mencionar o autor em todas as suas entrevistas sobre Matrix Reloaded, o último filme da trilogia. Foi o ensaio sobre como os meios de comunicação de massa produzem a realidade virtual que inspirou os diretores de Matrix a criar o roteiro.
Veja o que Baudrillard disse de Matrix: — É uma produção divertida, repleta de efeitos especiais, só que muito metafórica. Os irmãos Wachowski são bons no que fazem. Keanu Reeves também tem me citado em muitas ocasiões, só que eu não tenho certeza de que ele captou meu pensamento. O fato, porém, é que Matrix faz uma leitura ingênua da relação entre ilusão e realidade. Os diretores se basearam em meu livro Simulacros e Simulação, mas não o entenderam. Prefiro filmes como Truman Show e Cidade dos Sonhos, cujos realizadores perceberam que a diferença entre uma coisa e outra é menos evidente. Nos dois filmes, minhas idéias estão mais bem aplicadas. Os Wachowskis me chamaram para prestar uma assessoria filosófica para Matrix Reloaded e Matrix Revolutions, mas não aceitei o convite. Como poderia? Não tenho nada a ver com kung fu. Meu trabalho é discutir idéias em ambientes apropriados para essa atividade.

domingo, 6 de julho de 2008

CIBERCULTURA E CYBERPUNK

O Programa Cyber Cubo, gravado na disciplina de Telejornalismo II, do curso de Comunicação Social da Feevale, apresenta uma entrevista com Adriana Amaral, sobre os temas Cyberpunk e CIBERCULTURA, onde a professora de Mestrado da Universidade TUIUTI de Curitiba disse que o que impulsionou a cibercultura e o cyberpunk foi o filme Blade Runner em um primeiro momento e depois MATRIX. A entrevista do programa Cybercubo gravado em abril na TV Feevale (Novo Hamburgo - RS) foi realizada sob orientação da professora Paula Puhl. O formato foi bem interessante e inovador, buscando algumas referências como o Roda Viva. Espero que gostem. Seguem as quatro partes. Quem se interessa por cinema e literatura deve assistir as quatro partes para ficar informado sobre esta atual cultura.
Parte 1


Parte 2:

Parte 3

Parte 4:

Cenas do filme, de 1982, que inpirou esta estética: BLADE RUNNER

AUTO DA LUSITÂNIA

Auto da Lusitânia é uma peça escrita por Gil Vicente em 1531 e representada pela primeira vez em 1532, na corte de D. João III, rei de Portugal, por ocasião do nascimento de seu filho, o rei D. Manuel.
Fragmento:(linguagem original - 1532)

Entra hum cortesão e diz:
Cor: Vosso pae he ca, senhora?
Led: Que lhe
quereis vós dizer?
Cor: Pregunto a vossa mercê.
Led: Per hi sahio elle
fóra
A arrecadar não sei que.

Quereis-lhe algua coisa?
Havei-lo
mister, senhor?
Cor: Tem elle muito lavor?
Led: De ventura não repoisa
Nem sossega o peccador.
Cor: Vossa mãe he tambem fora?
Led: Mas em
cima está cosendo
E eu ando isto fazendo.
Cor: Não devia tal senhora
Como vós andar varrendo,

Senão enfiar aljofre
E perlas orientaes,
Não sei como isto se sofre.
Led: Minha mãe tem no seu cofre
Duas
voltas de coraes.
Cor: Senhora, sam cortesão,
E da linhagem d’Eneas,
E por vossa inclinação
Folgára de ser d’Abrahão
O sangue de minhas
veas.

Mas vosso e não de ninguém
He tudo o que está comigo,
E
quero-vos grande bem.
Led: Bem vos queira Deos amen:
Quereis outra
coisa, amigo?

Cor: Temo muito que me leixe
Vosso amor pobre coitado
De favor com quem me queixe.
Led: Lançae na sisa do peixe,
E logo
sois remediado.
Cor: Não falo, senhora, disso,
Por que eu me queimo e
arco
Com dores de coração.
Led: Muitas vezes tenho eu isso:
Diz
MestrAires que he do baça.
E reina mais no verão.

Cor: Mas, senhora,
por amar
Fiz minha sorte sugeita,
E perdi a mais andar.
Led: Crede,
senhor, que o jogar
Poicas vezes aproveita
Dom Senegal Saborido,
Que
tinha tanta fazenda,
Por jogar está perdido,
Que não tem o dolorido
Nem que compre nem que venda.

Cor: Ó doce frol antre espinhas,
Crede o amor sem mudança
Que vos tenho e que vos digo.
Led: Assi
huas primas minhas
E toda esta vezinhança
Todos tem amor comigo:
Dom
Isagaha Barabanel
E Rabi Abram Zacuto,
O Donegal Coronel,
E Dona
Luna de Cosiel,
E todos me querem muito.

Cor: Senhora, por piadade
Que entendais minha rezão;
Entendei minha verdade,
Entendei minha
vontade,
E mudareis a tenção:
Entendei bem minha dor,
E mil maleitas
quartans,
Que por vós hão de me matar
Led: Assi he meu pae, senhor,
Que tem dored d’almorrans,
Que he coisa de apiadar.


Como produção de texto, pedi aos alunos do primeiro C (noturno), ensino médio, que transpusessem o fragmento para os dias atuais. Escolhi uma produção que gostei muito. Leiam e comprovem:


Orotides: Oi! Como vai você?

Você está muito linda,

Eu não resisti, você parece uma rosa azul

Seu sorriso brilha mais que um diamante.

Márcia: Realmente o dia está lindo.

Parece uma rosa se abrindo.

Orotides: Então, você gostaria de um passeio?

Quem sabe na praça? Podemos tomar um sorvete.

Márcia: Bem que eu queria, mas estou gripada amigo.

Orotides: Tenho muito que te falar, coisas lindas de verdade.

o que eu te mostrarei é a realidade.

Márcia: É devo concordar que a realidade às vezes é difícil.

Orotides: Você já vem com pedras na mão,

perto de você acende o meu pobre coração.

Márcia: Agora eu vou confessar,

um segredo a você,

meu pai também anda com esta dor no coração.

Orotides: Quando te vejo o sangue ferve,

parece que vou explodir.

E para os seus pais eu vou te pedir.

Márcia: Deve ser pressão alta,

às vezes sentimos algo estranho,

melhor ver o que é...

Orotides: Você é uma bela flor

Entre espinhos e é linda de se apreciar.

Márcia: Há, como eu queria que a minha vida

Fosse um mar de rosas, mas só encontro espinhos.

Cada coisa que me aparece...