quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente


Ontem, os alunos da 1ª série "A", fizeram a sua apresentação da peça"O Auto da Barca do Inferno". Esta é uma turma bem diferente da "B". São muito tranquilos, mas se dedicaram muito ao teatro, até me surpreenderam, pois encomendaram as produções e me fizeram surpresa. São também muito divertidos, fazem piadinhas e aprendem brincando. Difícil é fazê-los se concentrarem no que fazem. Notei que com o teatro ficaram mais unidos, dividiram suas responsabilidades e cobraram a participação efetiva dos amigos, bem como uma avaliação justa.
Parabéns a todos e  aproveitem as férias!!!


                  Diego, autor da Releitura  da peça " O Velho da Horta, de Gil Vicente"
                                  no figurino do velho.
                                      
                                  

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Velho da horta / O Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente

Estou ensaindo com meus alunos das primeiras séries do ensino médio, duas peças de Gil Vicente, para encerrar o ano em gran finale. Eles estão muito motivados, ansiosos para que no dia da apresentação tudo saia como planejamos. Como as peças estão em português arcaico, ficaria muito estranho encenarmos no original. Por isso, pedi aos alunos que atualizassem as falas, o que foi muito divertido e produtivo, pois compreenderam as intenções do autor quanto às críticas sociais e o quanto ainda são atuais.
Peça original "O Velho da Horta": Domínio Público
Versão atualizada pelo aluno Diego Henrique de Moraes Gomes. do 1º "B":
Releitura

O Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente: Releitura





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A Carta de Pero Vaz de Caminha


Estou preparando meus alunos da 1ª série do Ensino Médio para a avaliação do PAS-UEM e conferindo as obras literárias exigidas, verifiquei que a primeira da lista é  A carta de Pero Vaz de Caminha. Decidi, então, utilizar uns encartes  denominados "EUREKA", do ensino pré-vestibular, enviados no ano passado para a preparação dos alunos para o Enem. Neste encarte há boa parte da carta, mas pesquisei também na internet e achei-a completa do site do domínio público.
Os alunos gostaram da leitura do documento, principalmente quando Caminha se refere às descrições detalhadas dos indígenas.
Abaixo segue o modelo de estudo que utilizei, variando a dificuldade conforme a turma.

Li a carta de Pero Vaz de Caminha, explicando e contextualizando as informações e sempre preocupada em mostrar uma compreensão da leitura direcionando ao respeito, ao "diferente" e aos interesses. Contextualizei o porquê Portugal era, naquela época, o país pioneiro na exploração dos mares.

Durante a leitura, fiz comentários a fim de que os alunos visualizem as dificuldades para se compreender uma cultura diferente da nossa. Também investiguei seus conhecimentos prévios da disciplina de História. Fiquei admirada pelo total desconhecimento em relação a alguns fatos e vocabulários. Ex.: não sabiam o que significava: degredados.
OS DEGREDADOS! Numa breve consulta ao dicionário,aprendemos que degredado é um sujeito que sofreu pena de degredo,ou seja,foi expulso ou excluído do seu país,por decreto governamental em virtude de crimes cometidos. Mas, nada comprova que os degredados que vieram para o Brasil punidos pela Coroa Portuguesa, tivessem sido criaturas perversas ou negativas, sociopatas, incapazes de conviver em sociedade.

Depois da leitura da Carta e dos comentários, pedi aos alunos, que em duplas, escrevessem uma carta relatando o encontro entre os europeus e os nativos pela perspectiva dos povos indígenas.  A seguir, as duplas leram as produções escritas.
Em outra turma, distribuí à classe trechos da carta de Pero Vaz de Caminha e pedi-lhes que identificassem, no documento, as informações mais importantes sobre as intenções dos exploradores. Pedi aos grupos que apresentassem suas conclusões.
Comentei também sobre a literatura que veio depois com o modernista Oswald de Andrade:
A DESCOBERTA (Oswald de Andrade)


Seguimos nosso caminho por este mar de longo

Até a oitava da Páscoa

Topamos aves

E houvemos vista de terra

os selvagens

Mostraram-lhes uma galinha

Quase haviam medo dela

E não queriam por a mão

E depois a tomaram como espantados

primeiro chá

Depois de dançarem

Diogo Dias

Fez o salto real.
Textos da Carta - intertextualidade com o poema A descoberta:


"E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de terra, (...) E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves (...). Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra!"

"Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados."

"(...) Diogo Dias, (...) Depois de dançarem (...) salto real, (...)"

AS MENINAS DA GARE (Oswald de Andrade)



Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis

Com cabelos mui pretos pelas espáduas

E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas

Que de nós as muito bem olharmos

Não tínhamos nenhuma vergonha.


Texto da Carta - intertextualidade com o poema As meninasd a gare:

"Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam."


      ERRO DE PORTUGUÊS (Oswald de Andrade)


Quando o português chegou

Debaixo duma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena!

Fosse uma manhã de sol

O índio teria despido

O português.
Textos da Carta - intertextualidade com o poema Erro de português:
"À noite seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus. (...) "
"(...) aos quais mandou dar a cada um uma camisa nova e uma carapuça vermelha(...)"
"(...) tinha ido o degredado com um homem que, o agasalhou e levou até lá. Mas logo o tornaram a nós. E com ele vieram os outros que nós leváramos, os quais vinham já nus e sem carapuças."
"(...) não veio mais que uma mulher, moça, a qual esteve sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse; e puseram-lho em volta dela."

 Leia:  Obra completa da Carta de Caminha

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dom Casmurro : Olhos de Ressaca

Hoje preparei esta aula para motivar os alunos da 2ª série do ensino médio a lerem a obra Dom Casmurro de Machado de Assis. Gostei muito da série que a globo apresentou: "Capitu" e por isso, decidi apresentar o mesmo capítulo em vídeo para que possam visualizar a cena. Depois de lermos o capítulo, assistiremos ao vídeo, conversarei com eles sobre suas impressões e em seguida aplicarei uma atividade em grupo. Após debaterem a melhor resposta, apresentarão à sala no final da aula.
                                              
                                                  Olhos de Ressaca

 

Tudo era matéria às curiosidades de Capitu. Caso houve, porém, no qual não sei se aprendeu ou ensinou, ou se fez ambas as cousas, como eu. É o que contarei no outro Capítulo. Neste direi somente que, passados alguns dias do ajuste com o agregado, fui ver a minha amiga; eram dez horas da manhã. D. Fortunata, que estava no quintal nem esperou que eu lhe perguntasse pela filha.
--Está na sala penteando o cabelo, disse-me; vá devagarzinho para lhe pregar um susto.
Fui devagar, mas ou o pé ou o espelho traiu-me. Este pode ser que não fosse; era um espelhinho de pataca (perdoai a barateza), comprado a um mascate italiano, moldura tosca, argolinha de latão, pendente da parede, entre as duas janelas. Se não foi ele, foi o pé. Um ou outro, a verdade é que, apenas entrei na sala, pente, cabelos, toda ela voou pelos ares, e só lhe ouvi esta pergunta:
--Há alguma cousa?
--Não há nada, respondi; vim ver você antes que o Padre Cabral chegue para a lição. Como passou a noite?
--Eu bem. José Dias ainda não falou?
--Parece que não.
-- Mas então quando fala?
--Disse-me que hoje ou amanhã pretende tocar no assunto; não vai logo de pancada, falará assim por alto e por longe, um toque. Depois, entrará em matéria. Quer primeiro ver se mamãe tem a resolução feita...
-- Que tem, tem, interrompeu Capitu. E se não fosse preciso alguém para vencer já, e de todo, não se lhe falaria. Eu já nem sei se José Dias poderá influir tanto; acho que fará tudo, se sentir que você realmente não quer ser padre, mas poderá alcançar?... Ele é atendido; se, porém... É um inferno isto! Você teime com ele, Bentinho.
--Teimo- hoje mesmo ele há de falar.
--Você jura?
--Juro. Deixe ver os olhos, Capitu.
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dane; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitou, mas então com as mãos, e disse-lhe,--para dizer alguma cousa,--que era capaz de os pentear, se quisesse.
--Você?
--Eu mesmo.
--Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim.
--Se embaraçar, você desembaraça depois.
--Vamos ver.

Atividades:
1- Ao apresentar o perfil de Capitu, Machado de Assis revela traços da psicologia feminina: a arte de dissimular e a capacidade que tem a mulher para sair-se bem de situações embaraçosas, como, aliás, se pode ver em outras obras machadianas. É certo afirmar que Capitu tinha tendências a mentira? Justifique.

2- A mentira está muito presente em todo o livro. A verdadeira questão não seria: como a mentira é fundamental para a manutenção das relações sociais, das relações humanas?

3- Depois da sedução como pecado original tem-se o despertar do amor. A sedução de Capitu aparece causando intensa emoção a Bentinho. Você acha que Bentinho realmente não terá um futuro brilhante por não conseguir segurar suas emoções? Justifique.

4- Aqui o autor torna explicita a beleza de Capitu e o encanto de Bentinho - que assume o papel de narrador da trama, desde moleque pela moça. Você concorda com Bentinho quanto a beleza da moça ou há outros motivos para mostrá-la assim? Justifique.

5- A imagem poética central do texto em questão recorre a elemento da natureza para caracterizar o olhar da protagonista da narrativa. O que o autor sugere com estas metáforas?



Fonte: ( Dom Casmurro, Machado de Assis, cap. 32 )

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Vestido de Laura, por Cecília Meireles


O vestido de Laura

é de três babados,

todos bordados.


O primeiro, todinho,todinho

de flores

de muitas cores.



No segundo, apenas

borboletas voando,

num fino bando.



O terceiro, estrelas,

estrelas de renda

- talvez de lenda...


O vestido de Laura

vamos ver agora,

sem mai demora!



Que estrelas passam,

borboletas, flores

perdem suas cores.


Se não formos depressa,

acabou-se o vestido

todo bordado e florido!
 Este poema foi o primeiro que me encantou no mundo da poesia. Acho que isto se deve à fascinação que sempre tive desde de menina por vestidos amplos, rodados e finos. Além disso, minha avó paterna, se chamava Laurinda e talvez essa emoção seja também por este fato. Ela era uma avó muito dedicada às netas e os seus presentes eram sempre vestidinhos rodados. Mas quando o levo para sala de aula, vejo o mesmo encantamento nos olhinhos dos alunos. Quando iniciamos a análise a fascinação aumenta, porque Cecília realmente emociona a cada estrofe. Após a leitura estrutural, chegam a uma análise mais profunda que revela o tema: "as fases da vida", sendo um dos temas preferidos da autora: A transitoriedade do tempo. Os três babados seriam: a primeira, segunda e terceira idade, bem como, no sentido figurado, mostra a passagem por cada uma dessas fases e, finaliza demonstrando que a vida passa rápido.
Um trabalho com ilustração dessa poesia dará sempre um belíssimo resultado e muita alegria com a garotada.

Esta imagem foi produzida com colagem de papel pintado, aquarela e canetinha nanquim.
Imagem da Motoca. net

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Os dez melhores filmes de ficção científica

Assim como adoro livros, também sou uma cinéfila de carteirinha. Coleciono filmes raros e famosos há mais de 20 anos, nos mais diversos gêneros. Alugo muito raramente e prefiro comprar para poder indicar e mostrar à minha família e aos meus alunos, o melhor da 7ª arte. E hoje em dia, com TVs por assinatura e canais especializados em filmes, podemos rever alguns clássicos famosos que a geração de 80 para cá não conhecem. Para adquirir algum em especial, gosto de garimpar em sites especializados, nas Lojas Americanas e em livrarias em busca de raridades. Dentro do meu rico acervo, quero apresentar-lhes uma seleção dos melhores filmes de ficção. Claro que a seleção não foi feita para ser aceita com unanimidade, pois uma lista assim sempre deixa espaço para polêmicas. Para não ser injusta, postarei sem dizer a ordem dos melhores. Enfim, a minha intenção é também saber a opinião do leitor e se por acaso perdi algo interessante. Concorda? Discorda? Tem algum título que você considera indispensável nessa lista? Comente e dê sua sugestão.

1- Guerra nas Estrelas (1977) O Império Contra Ataca(1980)

Este filme inovou no gênero e fez muito cinéfilo ficar impressionado com os novos recursos tecnológicos. Assisti no cinema, e me senti transportada a outro mundo. Já nas primeiras imagens pareciam intermináveis - eu sabia que algo especial estava acontecendo. Foi e ainda é brilhante. Quando finalmente entramos em contato com a trama simples, já estamos na mesma frequência.
2-Mad Max
Mad Max é um filme apocalíptico.O filme que transformou Mel Gibson em astro conhecido no mundo todo é o maior sucesso de bilheteria do cinema australiano. Por essas e outras que eu simplesmente amo filmes apocalípticos (onde os humanos têm que se virar pra sobreviver, tipo Waterworld, Extermínio, etc.) Aquele estilo de roupa de couro, moto e óculos escuros fazia um charme todo especial ao personagem que representava o policial firme em suas convicções.

3- Blade Runner, O Caçador de Andróides (1982) Dir: Ridley Scott


É um filme de ficção científica realizado por Ridley Scott e editado em 1982, ilustrando uma visão negra e futurística de Los Angeles em novembro de 2019.  Muito bem definido em um estilo cyberpunk. Filme impressionante, pertubador e intelectualmente estimulante. É um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Acho que isso caracteriza a forma como o gênero deve ser, escuro, gótico. Além disso, é um filme que envelheceu muito bem, o que é impressionante para um filme de 28 anos de idade!

4- Jurassic Park

Acho que não há quem não tenha assistido a trilogia. Pois, se você nunca assistiu nenhum filme de Jurassic Park, não teve infância. Foram os filmes que transformaram as figuras nos livros em algo a mais, deram tridimensionalidade para os dinossauros, que são os bichos mais aterrorizantes que já existiram na face daTerra.

5- De volta para o Futuro ( A trilogia)
É um clássico da ficção científica, que cativa com sua interpretação da viagem no tempo, que consegue unir a ficção com romance, comédia e aventura. Minha filha, de 13 anos,  conheceu-o neste ano e ficou apaixonada, inclusive pela trilha sonora.

6-Exterminador do Futuro (1984)/O Exterminador do Futuro 2(1991) Dir: James Cameron


“Hasta La vista, baby.” The Terminator, é um filme de ação de ficção científica, em que um serciborgue (tecido vivo por cima de um esqueleto de andróide) com inteligência artificial, designado Cyberdyne Systems Model 101 - 800 Series Terminator (interpretado por Arnold Schwarzenegger), é transportado no tempo, de 2029 até ao dia 12 de Maio de 1984, com o objetivo de alterar o curso da História e consequentemente o Futuro. Foi esta trilogia e sua trilha sonora que me apresentou Guns n’ Roses. “Welcome to the jungle!”

7- Matrix (1999) Dir: Andy & Larry Wachowski


A série além de uma ótima obra do cinema com ótimos efeitos especiais gera grande discussão filosófica, sendo aplicada para estudo até mesmo nas universidades. A possibilidade de um mundo alternativo, e que toca também em pontos como a projeção astral, a Inteligência artificial fazendo com que o homem passe a ter o dom da criação divina, entre muitos outros aspectos filosóficos e científicos estudados.

8- ALIEN (1979) Dir: Ridley Scott

Alien é inesquecível e merece estar nesta lista por uma série de aspectos. É um filme de ficção, mas também de suspense e terror. Foi o longa metragem que rompeu com a era dos extraterrestres “bonzinhos” no cinema, graças principalmente à figura do título, assinada pelo artista surrealista H.R.Giger, que fez finalmente um extra-terrestre muito realista. Scott, em conjunto com uma ótima equipe técnica, concebeu um visual surpreendente, que mesmo trinta anos mais tarde continua atual. O filme foi premiado com o Oscar de efeitos visuais e indicado à estatueta de Direção de Arte

9- 2001: Uma Odisséia no Espaço, filme de Stanley Kubrick de 1968

Ele é fascinante, vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais, mostra o drama entre a máquina e o homem envolto em música e movimento, um trabalho tão influente que Steven Spielberg o comparou com o "Big Bang" dos produtores de sua geração. Talvez seja o maior trabalho diretor Stanley Kubrick A seleção de músicas da trilha sonora utilizadas por Kubrick, que sempre remetem à evolução da espécie humana. Por exemplo, a música Tlzits Spake Zarathirstra, de Richard Strauss, utilizada no início, foi baseada num livro de Nietzsche e significa a passagem


10- AI Inteligência Artificial de Steven Spielberg lançado em 2001
 É um filme de Steven Spielberg lançado em 2001, a partir de um projeto de Stanley Kubriky, dois diretores com visões totalmente diferentes da arte cinematográfica. Fala sobre a possibilidade da criação de máquinas com sentimentos e isto é  que mais choca: o amor eterno que o menino sente pela mãe. Ao longo de sua existência, tudo o que deseja é se tornar humano e ser amado pela mãe. Com certeza fará você pensar, emocionará e será um ótimo entretenimento para as pessoas que curtem um bom drama ou ficção
Além dos dez não poderia deixar de mencionar :
AVATAR
Avatar é um filme épico americano de ficção científica escrito e dirigido por James CameronAVATAR nos leva a um mundo espetacular, além da nossa imaginação, onde um herói relutante embarca numa jornada de redenção e descoberta, já que ele lidera uma batalha heróica para salvar a civilização. Gostei muito do fime que assisti em 3D no cinema e me deu dó ele ter perdido o Oscar para Guerra ao Terror, que ficou com seis estatuetas, entre elas melhor filme e direção.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Uma Verdade Inconveniente


Estou preocupada em preparar meus alunos concluintes do ensino médio para o ENEM. Por isso, estou pesquisando os temas mais prováveis que podem ser escolhidos para dissertação deste ano.
Comecei meu trabalho em sala com o tema "Aquecimento global". A professora Fábia, uma grande amiga, emprestou-me um excelente documentário indicando-o como um ótimo instrumento pedagógico. Esse filme é de Albert Arnold Gore Jr., um ambientalista  que recebeu o Nobel da Paz em 2007,  pelos seus esforços na construção e disseminação de maior conhecimento sobre as alterações climáticas induzidas pelo homem e por lançar as bases necessárias para inverter tais alterações.
Uma Verdade Incoveniente fala sobre as mudanças climáticas mais especificamente sobre o Aquecimento Global, o qual foi vencedor do Oscar de melhor documentário em 2007. Achei que o uso deste documentário foi muito elucidativo, pois os alunos não precisaram pesquisar muito para escrever bons textos com argumentos fortes e soluções viáveis.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Teoria do Medalhão


Li o conto “Teoria do Medalhão”, de Machado de Assis para os meus alunos da 2ª série do ensino médio, ansiosa pela recepção que teriam. À medida que fui lendo o conto, fui anotando os conselhos do mestre, sem dizer que tudo se passava de ironia. Levaram muito a sério os conselhos, alguns duvidavam da eficácia, mas mesmo assim anotavam. Depois que resenharem dando suas opiniões, revelarei a verdadeira intenção do autor.
No conto de Machado há uma conversa de um pai com o filho, no dia da maioridade deste último, onde propõe ao filho ser um Medalhão. Este é o pretexto de que o escritor se serve para criticar a condição humana e social para, como sempre, nos revelar suas astúcias e a atualidade de seu discurso. Revela um mundo feito de aparências, o qual adquire um status de realidade – é o tema da Teoria do medalhão, onde a identidade do indivíduo é determinada por imagens criadas externamente.

No início já se percebe o autoritarismo paterno, a hipocrisia da vida baseada em aparências, esse contraste é evidente nos longos parágrafos que seu discurso ocupa no texto – trinta e duas linhas no parágrafo e a fala monossilábica do filho que ocupa, quando muito, duas linhas. O que, porém, vem a seguir, travestido de conselhos, nada mais é do que a manifestação dos desejos do pai, que nutrira ele mesmo, em sua mocidade, o sonho, frustrado, de ser medalhão. Depois a escolha do nome: Janjão. Nota-se aí uma ironia nada velada. Quem daria este nome ao filho?

Como fazer para tornar-se um verdadeiro medalhão:

1) Ser sério;

2) O uso de termos como “metafísica” ou “filosofia da História” traz para quem os emprega uma aura de respeitabilidade à qual se agrega a admiração;

3) Não ter ideias próprias ou originais;

4) Nenhuma (imaginação), antes faze correr o boato de que um tal dom é ínfimo;

5) No papel e na língua nenhuma filosofia;

6) Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade, etc., etc;

7) A publicidade é uma dona loureira e senhoril, que tu deves requestar à força de pequenos mimos, confeitos, almofadinhas, coisas miúdas, que antes exprimem a constância do afeto do que o atrevimento e a ambição.

8) Não andar sozinho;

9) Decorar toda terminologia científica e utilizá-la no momento certo para impressionar;

10) Farejar festas, reuniões políticas;

11) Fazer publicidade de si. (Longe de inventar um Tratado científico da criação dos carneiros, compra um carneiro e dá-o aos amigos sob a forma de um jantar, cuja notícia não pode ser indiferente aos seus concidadãos. Uma notícia traz outra; cinco, dez, vinte vezes põe o teu nome ante os olhos de mundo).


O que mais me impressiona neste conto é a sua contemporaneidade, pois mesmo o escritor tendo se baseado na fórmula dos diálogos de Sócrates e Platão e em algumas teorias maquiavélicas, que são obras antigas com ideias também antigas, tornando-o ainda mais admirável, pois não o são. O individualismo, o pragmatismo e a hipocrisia, elementos de dissimulação da realidade e de construção de um indivíduo pronto para enganar a sociedade com padrões de comportamento calcados nas aparências. E infelizmente, ao mesmo tempo ser admirado: – o medalhão – presentes no conto de Machado de Assis.

Você conhece algum por aí?

Referência bibliográfica

ASSIS, Machado. Teoria do medalhão. In:__. Papéis Avulsos. Livraria Garnier, 2000.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O conto escolhido foi

Foi difícil escolher o melhor conto, porque havia muitos maravilhosos. O nível dessa sala é muito alto, posso afirmar que se trata de uma turma homogênea, composta por alunos muito interessados em aprender. Quando entro lá, sei que tenho que me desdobrar para satisfazê-los. É por isso que foi tão difícil fazer uma pré seleção dos quatro melhores  e entre estes, a turma decidir entre um ou outro.  O conto "O Feitiço de Merlim", escrito pelos alunos Gabriel e Edenilton, obedeceu a sequência didática e as características do gênero estudado.
                   
   
                            O Feitiço de Merlim

                  Gabriel Ricardo Lourenço  &    Edenilton S. Valeriano


Bartolomeu estava caminhando em suas terras, quando percebeu que havia algo estranho por ali. Chegando mais perto avistou o feiticeiro Merlim, conhecido pelas suas maldades, e não gostou de saber que ele havia se mudado para lá. Sabendo do risco que sua família corria, mandou que destruíssem a casa e expulsassem o feiticeiro das suas terras.

O feiticeiro muito irritado jogou um feitiço em Bartolomeu. Disse que quando seu filho completasse 10 anos algo terrível iria acontecer. Meses se passaram e o filho de Bartolomeu nasceu. Deram-lhe o nome de Joseph. O menino cresceu normalmente, sem saber do feitiço, pois seu pai escondeu a verdade de todos, não querendo que sua família se preocupasse com aquilo.

Josephina, sua esposa, começou a ficar desconfiada, pois com o passar dos anos ele foi ficando nervoso e preocupado. Começou a investigá-lo, procurando vestígios ou fatos que ele estivesse encobrindo.

Certo dia, Josephina estava caminhando em suas terras, quando ouviu algo e parou para observar o que era. Pensou estar sendo seguida. Correu desesperada por não saber quem era e nisto se perde no meio da mata fechada. Começou a gritar, mas era inútil, ninguém a ouvia.

Bartolomeu havia viajado um dia antes e deixado-a sozinha com Joseph que ainda era pequeno. O menino percebe que estava ficando tarde e sua mãe não aparecia. Com muito medo ele pega seu brinquedinho favorito e começa conversar com ele para ver se o tempo passa mais rápido e com isto não sinta tanto medo...

Josephina preocupada com seu filho começa a caminhar e procurar um caminho de volta para casa, pensava que sua casa estava muito longe dali.

Enquanto isto, Joseph começou a ficar com muito medo, pois as horas se passavam e nada da mãe aparecer. Vendo que se ficasse ali sentado, nada iria acontecer, saiu a procura da mãe. E era justamente o que Josephina temia, pois sabia que o menino iria sair para resgatá-la. Além disso, Josephina ainda ouvia ruídos estranhos e temia que estivesse sendo seguida. Começou a se desesperar mais ainda. Grita por socorro, mas parece que ninguém ouve. Quando de repente, ela escuta um grito, parecido com a voz de uma criança. Sai correndo em direção da voz, mas na verdade era o feiticeiro Merlim usando ma voz parecida com a de Joseph engana-a e seu plano finalmente será concretizado.

Joseph estava por perto e também ouviu o grito da mãe e da criança e sai correndo em seu socorro. O feiticeiro aparece, conta toda a verdade para ela, antes do menino chegar e pediu que guardasse segredo de Joseph. Quando o menino encontrou a mãe, rapidamente Merlim desaparece na floresta. Os dois ficaram muito felizes e ela até se esqueceu do que o feiticeiro lhe relatou. Os dois voltam para casa, chegando lá o pai também já havia chegado e estava preocupado. O casal teve uma longa conversa e decidiram não revelar nada ao filho, até quando ele completasse dez anos. Os anos iam passando e os pais iam ficando cada vez mais angustiados por saber que Bartolomeu iria morrer por causa do feitiço. Por isso, decidiram acabar com Merlim, usando o seu próprio feitiço e contaram toda a verdade a Joseph. Quando chegaram à casa do feiticeiro ele já havia construído um castelo. Merlim vendo que eles se aproximavam lançou outra magia: se eles conseguissem entrar nunca mais sairiam de lá vivos.

No momento em que entraram todas as portas se trancaram, ficando todo castelo numa completa escuridão. Começaram a procurar por um livro mágico, que se fosse queimado, desfaria todo mal que ele havia feito. Enquanto Bartolomeu distraia o feiticeiro, Josephina e seu filho procuravam o livro. Depois de muita busca conseguiram acha-lo, estava encima de uma mesa bem no centro de uma sala, mas não conseguiram chegar perto porque ele era protegido por um campo magnético.

Joseph ia chamar o pai dele, mas ouviu uma voz que dizia: “Saia já desse quarto senão seu pai morre. Venham até a torre do castelo que conversarei com vocês”.

Subiram até a torre e chegando lá notaram que Bartolomeu estava amarrado e Joseph começou a dialogar com Merlim, enquanto isso Josephina conseguiu soltar seu marido que pegando uma pedra acertou em cheio a testa do terrível feiticeiro deixando cair um bastão mágico que Merlim nunca abandonava. Joseph correu e pegou o bastão usando-o em direção ao inimigo e ficou mais fraco com o disparo do raio do bastão, dando chance da família conseguir pegar o livro e eliminar o feitiço.

Os três desceram correndo e com o bastão conseguiram eliminar o campo de força que protegia o livro. Subiram na torre, agora de posse do livro, mas foram surpreendidos pelo feiticeiro que estava os aguardando com uma armadilha, porém não deu certo seu plano, pois o menino disparou um raio contra o maldito feiticeiro outra vez. Este desmaiou novamente

Joseph fez uma fogueira e jogou o livro para ser destruído, fazendo com que o feitiço fosse desfeito, mas não conseguiriam sair do castelo se não matassem seu dono. Joseph quando estava subindo na torre abriu o livro e na primeira página estava escrito: Para ver o sangue de um feiticeiro tem que quebrar o seu coração. Entendeu o que queria dizer, era preciso eliminar também o bastão mágico. O menino percebeu que o coração estava na bola de cristal que ficava na ponta do bastão. Merlim começou a acordar, mas não deu tempo de salvar o bastão que Joseph acabava de espatifar no chão com todas suas forças. Da bola quebrada começou a sair espíritos do mal e Merlim começou a se desfazer em sua frente. O castelo imediatamente foi se iluminando e as portas e janelas se abriram, enquanto eles saiam tudo voltava ao normal.

E a família de Joseph viveu feliz para sempre.

domingo, 11 de julho de 2010

Conto Fantástico

Um dos gêneros que eu programei para trabalhar este bimestre foi “Contos Fantásticos”, no 1º ano do Ensino Médio. Pesquisei muito antes de iniciar uma sequência didática e o que me pareceu mais atraente aos alunos foi a partir do filme “Feitiço de Áquila”. Este foi o começo certo. Eles ficaram vidrados, nem piscavam. Em alguns momentos faziam comentários dialogando com o filme. Achei incrível como se identificaram.

O amor impossível, o bispo rico e criminoso, o padre arrependido e dedicado, o rapazinho-narrador que é, ele próprio, um miserável excluído, um mentiroso recorrente e um ladrãozinho, as lutas, o cenário, o mistério mobilizaram a atenção de todos. Uma sinopse servirá para entender o enredo que tanto fascinou os jovens:

Na Europa do século XII, em plena Idade Média, o Bispo de Áquila (John Wood) descobre que sua amada, a bela Isabeau (Michelle Pfeiffer), está apaixonada pelo cavaleiro Etienne Navarre (Rutger Hauer). Possuído de ciúme e raiva, Áquila lança uma maldição sobre o casal: de dia ela sempre será um falcão e de noite Navarre se transforma num lobo. Assim, os dois estarão sempre juntos, mas sem poder concretizar seu amor. O único momento em que se vêem é durante poucos instantes no crepúsculo. Eles têm como aliado o ladrão Phillipe Gastón, cujo apelido é Rato (Matthew Broderick), que decide ajudá-los a desvendar o segredo para quebrar a maldição

Depois da exibição, comentei o filme: sua época, a descrição dos personagens, os costumes, a hierarquia medieval social, a importância da religião na época, a magia, as bruxarias, o herói, o vilão, os cavaleiros e as damas. Comentei outros contos que também têm a mesma estrutura. A interação dos alunos foi sofrendo alterações qualitativas gradualmente e eles começaram a trazer para discussão o tema do amor, dos desencontros, da violência, da inveja, da imaginação, dos desejos e das perdas. O filme traz algumas informações sobre o que seria a Idade Média, na perspectiva do diretor.

À medida que os alunos foram avançando nas suas reflexões, manifestando suas ideias e fazendo perguntas através de analogias com outras histórias, foi dando lugar a manifestações mais espontâneas. Isto de certa forma corroborou para a criação de um conto deles.

A título de conclusão, transcreverei no final do bimestre o conto da turma que mais gostaram. (Ainda estou na fase de reescritas para chegarem a versão final).

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Análise do romance Senhora de José de Alencar


Estou trabalhando o Romantismo nos segundos anos do ensino médio e agora chegou o momento de analisar o romance "Senhora", de José de Alencar. Durante os comentários da obra notei que os alunos gostaram muito do estilo urbano de Alencar, bem mais do que os indianistas, por isso achei melhor apresentar-lhes os vídeos do momento da noite de núpcias em que Aurélia revela seu plano de vingança. Os vídeos pertencem à novela "Essas Mulheres", tão bem interpretada por Christine Fernandes, é uma autêntica heroína romântica. José de Alencar foi primoroso em escrever esta cena em seu livro "Senhora". Muito emocionante tanto na leitura como visualmente e os atores da novela realmente a executaram com grande emoção. Vale a pena ler o livro, para quem ainda não teve o privilégio e é amante da boa leitura.       
Análise de alguns excertos do livro Senhora, de José de Alencar
Os fragmentos das questões de I a III são parte do romance “Senhora” , de José de Alencar. O Tema básico do livro é o casamento por interesse e a discutível moral burguesa, que o apóia e incentiva. Com vista à análise literária desse romance feita em aula, julgue os itens que se seguem.

( I ) Senhora

“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.
Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.
Era rica e formosa.
Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
(...)
Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D.Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.
Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse.
Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade do que a velha parenta.
A convicção geral era que o futuro da moça dependia exclusivamente de suas inclinações ou de seu capricho; e por isso todas as adorações se iam prostrar aos próprios pés do ídolo”.

1. No fragmento anterior, a personagem é descrita, inicialmente, como inatingível, (“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela”), distante da realidade, após a sua nomeação, é que ela ganha um aspecto mais real, concreto.  
2. No trecho apresentado, nota-se a crítica de Alencar à sociedade daquela época, que não admitia a emancipação e as moças se faziam acompanhar pelos pais ou parentes.


(II) – Senhora.

Leia o diálogo a seguir.

“- Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de por termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída: o senhor, um homem vendido.
- Vendido! Exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
- Vendido, sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável ás mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer”.

1. A primeira fala de Aurélia faz menção ao papel teatral que ela e o marido desempenham. Em presença de outros fingem um casamento amoroso. Na intimidade, se digladiam com diálogos ferinos.
2. Nesse trecho, vemos que Seixas reúne as condições morais de um heroi tipicamente romântico: deixa-se comprar; encara o casamento como meio de ascensão social.
3. Inicialmente, o marido se mostra vulnerável; com o passar do tempo, o desprezo de Aurélia torna Seixas forte a ponto de enfrentar a esposa.
4. Em sua Segunda fala, Aurélia expressa um dos valores da família burguesa do século XIX: o casamento é a realização maior da mulher.
5. O narrador não é, necessariamente, um mero observador externo, sem acesso ao que se passa no íntimo dos personagens – Compare com o segundo parágrafo do texto seguinte.

(III) – Senhora.

“-Oh! Ninguém o sabe melhor do que eu, que espécie de amor é esse, que se usa na sociedade e que se compra e vende por uma transação mercantil, chamada casamento!... O outro, aquele que eu sonhei outrora, esse bem sei que não o dá todo o ouro do mundo! Por ele, por um dia, por uma hora dessa bem-aventurança, sacrificaria não só a riqueza, que nada vale, porém minha vida, e creio que minha alma!
Aurélia, no afogo destas palavras que lhe brotavam do seio agitado, retirara a mão do braço de Seixas; ao terminar voltara-se rapidamente para esconder a veemência do afeto que lhe incendiara o olhar e as faces.

Veja a análise deste último texto, relacionada com todo o romance de Senhora:

1. A fala de Aurélia revela a supervalorização do amor, sentimento que lhe parece mais importante que a própria vida.
2. A titulagem das partes de Senhora – verifique no livro - expressa o caráter de transação comercial que o casamento adquire na sociedade da época.
3. No desfecho do romance, Aurélia dá prova de que sacrificou toda a sua riqueza em troca do amor verdadeiro.

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“Muita gente Não teria amado se não tivesse lido livros de amor...”


|Baseado nas atividades do Prof. Saulo

Assista ao vídeo sobre o famoso fragmento da noite das BODAS


2ª parte

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dia dos Namorados

Em um dia como hoje não há como não ficar pensando nas histórias românticas que li e que foram muito marcantes. São histórias de amor que inspiraram (e ainda inspiram) poetas, romancistas e roteiristas de cinema. Algumas com desfechos trágicos, mas todas com algo em comum: Uma grande história de amor proibido. Entre muitas, a mais impressionante pelo seu caráter verídico é a de Abelardo e Heloísa.

A história de amor entre Abelardo e Heloísa foi uma história dramática. O romance einiciou-se em Paris, Abelardo tinha 37 anos e Heloísa tinha 17 anos.
Abelardo, ao ver a jovem Heloísa, ficou encantado com a sua beleza, e tentou aproximar-se dela, pedindo ao seu tio Fulberto que o alojasse em sua casa, pois ficaria mais perto da sua escola, e não teria as preocupações de cuidar de uma casa, ficando com mais tempo para se dedicar aos seus estudos.
O tio de Heloísa viu nesta oferta uma oportunidade para a sua sobrinha evoluir nos seus estudos. Assim, Abelardo tornou-se professor de Heloísa.
Todas as horas vagas que Abelardo tinha dedicava-as a ensinar Heloísa, inicialmente na presença do tio Fulberto. Algum tempo depois, Fulberto, confiando em Abelardo, deixava-os sozinhos.
Como Abelardo ensinava na escola durante o dia, dava aulas a Heloísa durante a noite, enquanto o seu tio Fulberto e todos dormiam.
Em pouco tempo, cresceu entre ambos um grande amor, deixaram de se preocupar com os livros e o estudo, fascinados um pelo outro, viviam esta paixão de forma intensa.
Tanto Abelardo como Heloísa, eram dois intelectuais, e ao viverem o seu amor, sabiam os perigos que corriam perante a sociedade.
Numa noite, o tio Fulberto descobriu o amor escondido entre Abelardo e Heloísa. Furioso, expulsou Abelardo de sua casa.
O amor entre Abelardo e Heloísa não diminuiu, começaram a encontrar-se nos locais que Heloísa podia frequentar sem acompanhantes; em sacristias, confessionários, catedrais.
Heloísa engravidou, e para evitar um escândalo, Abelardo levou-a às escondidas da casa do tio Fulberto, para a sua aldeia em Palais, onde ficou aos cuidados da sua irmã, até dar à luz um menino, a que deram o nome de Astrolábio.
Abelardo voltou para Paris, para continuar a ensinar, mas não conseguia estar longe de Heloísa, como tal, foi pedir ao tio Fulberto permissão para casar com Heloísa. Fulberto, embora magoado, consentiu o casamento. Heloísa deixou o filho com a irmã de Abelardo e dirigiu-se a Paris.
O casamento realizou-se durante a noite, às escondidas, numa pequena ala da Catedral de Notre-Dame, de modo a que ninguém desconfiasse. Só estavam presentes os familiares de Heloísa e alguns amigos de Abelardo.
Pouco tempo depois, o casamento foi sido descoberto e Fulberto envergonhado, resolveu vingar-se de Abelardo. Contratou uns homens para invadirem os aposentos de Abelardo durante a noite e castraram-no.
Na sua angústia e vergonha, Abelardo obrigou Heloísa a ingressar no mosteiro de Santa Maria de Argenteuil. Heloísa tinha vinte anos. Heloísa fez os votos monásticos e ingressou na vida religiosa, por amor a Abelardo. Abelardo retirou-se para o mosteiro de Saint-Denis.
Durante muitos anos Abelardo e Heloísa não se viram, apenas trocavam cartas um com o outro. Nestas cartas Heloísa expressava toda a sua dor, pela triste sorte do seu amor, e toda a sua rebeldia, por ter ingressado na vida religiosa e ter vestido o hábito.
Heloísa e Abelardo nunca deixaram de se amar. Anos mais tarde Abelardo construiu uma escola-mosteiro perto de Heloísa. Viam-se diariamente, mas não se falavam, apenas trocavam cartas.
Abelardo morreu em 1142, com 63 anos de idade. Heloísa mandou construir uma sepultura em sua homenagem.
Em 1162 morre Heloísa e a seu pedido, foi sepultada ao lado de Abelardo.
Em 1817 os restos mortais dos dois amantes foram levados para o cemitério do Padre Lachaise.



Assista ao vídeo do filme "Em Nome de Deus".


domingo, 2 de maio de 2010

Os Delírios de Consumo de Becky Bloom | Sophie Kinsella

Fragmento do livro
(...)
Tudo bem. Não entre em pânico. É só uma conta do VISA. Só um pedaço de papel; alguns números. Quero dizer, que poder têm uns poucos números para nos amedrontar?

Pela janela do escritório, olho para um ônibus descendo a Oxford Street. Quero abrir o envelope branco sobre minha escrivaninha desarrumada. “É só um pedaço de papel”, repito para mim mesma pela milésima vez. E não sou burra, sou? Sei exatamente qual é o valor desta conta do VISA.

Mais ou menos.

Vai ser cerca de… 200 libras. Talvez trezentas. Sim, talvez trezentas. Trezentas e cinqüenta no máximo.

Indiferente, fecho os olhos e começo a calcular. Teve aquele tailleur na Jigsaw. E aquele jantar com Suze no Quaglino’s. E aquele lindo tapete vermelho e amarelo. O tapete foi 200 libras, imagine. Mas definitivamente valeu cada centavo — todos o admiraram. Pelo menos a Suze.

E o tailleur da Jigsaw estava em liquidação — por 30% a menos. Portanto, na verdade, foi uma economia de dinheiro.
Abro meus olhos e estico a mão para a conta. Quando meus dedos alcançam o papel, lembro-me das novas lentes de contato. Noventa e cinco libras. Um bocado. Mas, afinal, tive que comprar, não tive? O que devo fazer, andar por aí sem enxergar nada?

E precisei comprar umas loções novas, uma caixinha bonitinha e um delineador hipoalergênico. Isto eleva para… quatrocentos?
De sua mesa de trabalho na sala ao lado, Clare Edwards olha para mim. Está separando todas as suas cartas em pilhas como faz todas as manhãs. Embrulha cada uma num elástico e as classifica com dizeres do tipo “Responder imediatamente” e “Responder sem urgência”. Odeio Clare Edwards.

— Tudo bem, Becky? — diz ela.

— Tudo bem — digo com um ar leve. — Só estou lendo uma carta.

Com um ar feliz, enfio a mão no envelope, mas meus dedos não tiram a conta. Ficam grudados nela enquanto minha mente fica tomada — como acontece todo mês — por um sonho secreto.
Quer saber do meu sonho secreto? Ele se baseia numa história que li uma vez no jornal a respeito de uma confusão ocorrida num banco. Gostei tanto que recortei e fixei na porta do meu armário. Duas contas de cartão de crédito foram enviadas para pessoas erradas e — imagine só — as duas pagaram a conta errada sem perceber. Elas pagaram as contas uma da outra sem nem mesmo examiná-las.
Desde que li aquela história, tenho um sonho secreto: que o mesmo acontecerá comigo. Alguma velhinha caduca em Cornwall vai receber minha conta colossal e pagar sem nem mesmo olhar para ela. E eu receberei sua conta de três latas de comida de gato, a 59 centavos cada uma. Que, naturalmente, pagarei sem questionar. Justiça é justiça, afinal.

Um sorriso toma conta do meu rosto quando olho pela janela. Estou convencida de que este mês isto vai acontecer — meu sonho secreto está para se tornar realidade. Mas quando, finalmente, tiro a conta do envelope — irritada com o olhar curioso de Clare — meu sorriso esmaece, depois desaparece. Uma quentura bloqueia minha garganta. Acho que pode ser pânico.
A folha fica preta com a quantidade de letras. Uma série de nomes familiares passam pelos meus olhos como um shopping. Quero entender mas eles se movem muito rapidamente. Thorntons, consigo enxergar por um instante. Thorntons Chocolates? Que diabos eu estava fazendo na Thorntons Chocolates? Eu deveria estar de dieta. Esta conta não pode estar certa. Isto não pode ser meu. Não posso ter gasto todo esse dinheiro.

Não se desespere, grito por dentro. O segredo é não entrar em pânico. É só ler cada nome devagar, um por um. Inspiro profundamente e me forço para ler com calma, começando do alto da lista.

WH Smith (tudo bem. Todo mundo precisa de artigos de papelaria)

Boots (idem)

Specsavers (essencial)

Oddbins (garrafa de vinho — essencial)

Our Price (Our Price? Ah, sim. O novo CD dos Charlatans. Bem, eu precisava tê-lo, não é?)

Bella Pasta (jantar com Caitlin)

Oddbins (garrafa de vinho — essencial)

Esso (gasolina não conta)

Quaglino’s (caro — mas foi imperdível)

Pret à Manger (naquele dia eu estava sem dinheiro vivo)

Oddbins (garrafa de vinho — essencial)
Rugs to Riches (o quê? Ah sim, o tapete. Tapete danadinho)

La Senza (roupa de baixo sexy para sair com James)

Agent Provocateur (uma roupa de baixo mais sexy ainda para sair com James. Ah. Eu precisava disso)

Body Shop (aquele negócio de escovar a pele que eu preciso usar)

Next (saia branca bem sem graça — mas estava em liquidação)

Millets…

Paro ali. Millets? Eu nunca entro na Millets. Que diabos estaria eu fazendo na Millets? Intrigada fixo o olhar no extrato, franzo a sobrancelha e procuro pensar — e então, de repente, a verdade aparece. É óbvio. Alguém mais está usando meu cartão.

Ah, meu Deus. Eu, Rebecca Bloom, fui vítima de um crime.

Agora tudo faz sentido. Algum criminoso roubou meu cartão de crédito e forjou minha assinatura. Quem sabe onde mais eles o usaram? Não é para menos que meu extrato está tão preto de números! Alguém resolveu farrear por Londres à custa do meu cartão — e achou que conseguiria escapar.
Mas como conseguiram? Procuro minha carteira de dinheiro na bolsa, abro-a — e ali está meu cartão VISA me fitando. Pego e olho para ele. Alguém certamente o roubou de minha carteira, usou — e depois devolveu. Deve ser alguém que conheço. Ah, meu Deus. Quem?

Examino pelo escritório com um olhar desconfiado. Quem quer que tenha sido não prima pela inteligência. Usar meu cartão na Millets! É quase uma piada. Como se algum dia eu fosse comprar ali.

— Nunca nem entrei na Millets! — digo alto.

— Entrou sim — diz Clare.

— O quê? — viro para ela, nada contente por ter sido interrompida. — Não, não entrei.

— Você comprou o presente de despedida de Michael na Millets, não foi?

Olho para ela e sinto meu sorriso desaparecer. Ah, estraga-prazeres. Claro. O casaco azul para Michael. O casaco de neve azul brega da Millets.
Três semanas atrás quando Michael, agente de nossa editora, foi embora, voluntariei-me para comprar-lhe o presente. Levei o envelope marrom cheio de moedas e notas para a loja e escolhi um casaco de neve (acredite-me, ele é esse tipo de homem). E, no último minuto, agora me lembro, decidi pagar com o cartão e guardar o trocado para meu uso.

Recordo-me muito bem de ter escolhido as quatro notas de 5 libras e tê-las cuidadosamente guardado na minha carteira, separando as moedas grandes e colocando-as no compartimento de moedas, despejando o resto do trocado no fundo da bolsa. “Ah, que bom”, lembro-me de ter pensado. “Não vou precisar ir ao caixa eletrônico.” Pensei que aquelas sessenta libras durariam semanas.

Então o que aconteceu? Não posso simplesmente ter gasto sessenta libras sem perceber, posso?

— Por que está perguntando afinal? — diz Clare inclinando-se para mim. Seus olhos de raios X brilhando atrás dos óculos. Ela sabe que estou olhando para minha conta do VISA.

— Nenhuma razão — digo eu e, de uma forma brusca, virando para a segunda folha do extrato.

Mas algo me interrompe. Em vez de fazer o de sempre — fixar os olhos no valor do Pagamento Mínimo e ignorar completamente o total — me vejo fixando o número no pé da página.

Novecentas e quarenta e nove libras, sessenta e três centavos. Em branco-e-preto bem nítido.
Em silêncio, contemplo durante trinta segundos, logo depois empurro a conta de volta para dentro do envelope. Naquele momento sinto como se aquele pedaço de papel não tivesse nada a ver comigo. Talvez se, por algum descuido, o deixasse cair no chão atrás do meu computador, ele desaparecesse. O pessoal da limpeza o varrerá e eu poderei dizer que nunca o recebi. Não podem me cobrar por uma conta que nunca recebi, podem?

Já estou redigindo uma carta mentalmente. “Prezado Gerente do cartão VISA. Sua carta confundiu-me. A que conta está se referindo precisamente? Nunca recebi nenhuma conta de sua parte. Não gostei do tom de sua carta e devo avisá-lo de que estou escrevendo para Anne Robinson da Watchdog.”

Ou sempre existe a opção de me mudar para o exterior.

— Becky? — Levanto a cabeça abruptamente e vejo Clare olhando para mim.

— Você já terminou o texto sobre o Lloyds?

— Quase — minto. Como ela está me observando, sinto-me forçada a trazê-lo para a tela do meu computador só para mostrar força de vontade. Mas a chata ainda está me observando.

“Quem economiza pode beneficiar-se do acesso instantâneo” — digito no computador, copiando diretamente de um release à minha frente. — “A conta também está oferecendo taxas de juros diferenciadas para quem investe mais de 5.000 libras.”
Digito um ponto final, tomo um gole de café e viro para a segunda página do release.

É isto que faço, por falar nisso. Sou jornalista de uma revista financeira. Sou paga para dizer às outras pessoas como administrar seu dinheiro.
(...)
Fonte:  KINSELL, Sophie. Os Delírios de Consumo de Becky Bloom. Editora Record,  2001.

Assisti ao filme homônimo da obra em que este fragmento foi retirado, por indicação da minha nora ANINHA, que faz o curso "Comércio Exterior", na FECEA, de Apucarana. O professor pediu à turma que assistissem ao filme e logo após fizessem um texto sobre CONSUMISMO. Achei muito interessante, porque o filme trata de uma questão muito comum entre os consumidores que não têm controle sobre os seus impulsos. Eu mesma, muitas vezes me senti como a protagonista diante do envelope do cartão VISA, torcendo para que não tenha extrapolado a soma do mês anterior, pois quando isto acontece, provavelmente terei um mês difícil pela frente ( claro de vez em quando isto ocorre).

Quando o problema é frequente, torna-se um transtorno, que tem até nome: ‘Oniomania’. Uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, que estima que uma em cada 20 pessoas no mundo sofrem deste transtorno e identifica os sintomas.

Ter sempre algo novo passa a ser uma preocupação constante e o ato de comprar é mais importante que o objeto.

A mania provoca problemas com a família, com os amigos, com a Justiça. Por isso, o vício provoca irritação, frustração. O viciado passa a mentir e a comprar sozinho.
O sintoma mais importante: o que deveria dar prazer, provoca sofrimento.

A doença tem tratamento: remédios para diminuir a ansiedade e a depressão, além de terapia. “O foco do tratamento é rever o que o comprar significa na sua vida”, explica a psiquiatra da USP, Tatiana Zambrano Filomensky


Comprove como o filme é bom para um trabalho de debate e produção de texto dissertativo argumentativo:

domingo, 11 de abril de 2010

Memórias de um Sargento de Milícias e o samba de Paulinho da Viola


Vi no site do curso on line de Letras/espanhol da Universidade de Ponta Grossa, uma atividade muito interessante que pode ser trabalhada em sala de aula para reforçar o estudo da obra de Manuel Antônio de Almeida. Confesso que não conhecia o samba. Falha nossa, mas em tempo:

Portela (rj) - Samba Enredo 1966 - Memórias de um Sargento de Milícias

Era no tempo do rei


Quando aqui chegou

Um modesto casal

Feliz pelo recente amor

Leonardo, tornando-se meirinho

Deu a Maria Hortaliça um novo lar

Um pouco de conforto e de carinho

Dessa união nasceu um lindo varão

Que recebeu o mesmo nome de seu pai

Personagem central da história

Que contamos neste carnaval

Mas um dia Maria

Fez a Leonardo uma ingratidão

Mostrando que não era uma boa companheira

Provocou a separação

Foi assim que o padrinho passou

A ser do menino tutor

A quem deu imensa dedicação

Sofrendo uma grande desilusão

Outra figura importante de sua vida

Foi a comadre parteira popular

Diziam que benzia de quebranto

A beata mais famosa do lugar

Havia nesse tempo aqui no Rio

Tipos que devemos mencionar

Chico Juca era mestre em valentia

E por todos se fazia respeitar

O reverendo, amante da cigana

Preso pelo Vidigal, o justiceiro

Homem de grande autoridade

Que à frente dos seus granadeiros

Era temido pelo povo da cidade

Luizinha, primeiro amor

Que Leonardo conheceu

E que dona Maria

A outro como esposa concedeu

Somente foi feliz

Quando José Manuel morreu

Nosso herói outra vez se apaixonou

Quando sua viola a mulata Vidinha

Esta singela modinha contou:

Se os meus suspiros pudessem

Aos seu ouvidos chegar



Verias que uma paixão

Tem poder de assassinar

Fonte: http://letras.terra.com.br/portela-rj/480497/

Este samba de Paulinho da Viola é típico das décadas de 50 e 60. Grande e detalhista, procura exaurir o tema e parece que não esqueceu nada do romance de Manuel Antônio de Almeida. A melodia do samba é seu destaque. Criativa, ela tem frases que adornam a letra com delicadeza e certo humor. Algumas vezes parece mesmo comentar a letra, ampliando-lhe o significado. O samba foi gravado também por Martinho da Vila. Em 1966 apresentou na quadra, para o carnaval.  A música foi escolhida para ser o samba enredo da Portela naquele ano. A escola foi campeã do carnaval e o samba de Paulinho recebeu dos jurados a nota máxima. Foi gravado por Martinho da Vila no ano de 1971.

 O autor do livro procura descrever o Rio de Janeiro da época de D.João VI e do famoso Vidigal (chefe de polícia). Acaba por ser um documento importante acerca do cotidiano das classes populares no Rio de Janeiro do início do século XIX.
Ouça o samba-enredo aqui
Fonte: ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Klick Editora, 1997.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Menino Maluquinho

Vi no twitter a indicação do blog da prof. Fátima. Achei muito interessante, porque ela trata  de um dos temas que eu mais gosto: a literatura. Li em seu último post que hoje é dia internacional do livro infantil em homenagem Hans Crintian Andersen. Há escritores brasileiros que contribuíram muito para a literatura infantil, como Monteiro Lobato e Vicente Guimarães. Por isso, para homenagear o dia  indico um livro de autor nacional que admiro muito. Tanto que tenho três filhos e sempre que se alfabetizavam, eu presenteava-lhes com esse livro incrível. Minha filha mais velha "Camila", sabia decorado. O do meio, Victor, até hoje, 23 anos tem muito ciúmes dele, e a mais nova, "Isadora", rabiscou-o todinho e copiou as ilustrações em vários caderninhos. Coitados dos livrinhos,  ficaram em panderecos.



O menino maluquinho é um livro infanto-juvenil brasileiro de 1980 criado pelo desenhista e cartunista mineiro de Caratinga conhecido por Ziraldo. Apresenta as histórias e invenções de uma criança alegre e sapeca, "maluquinha". São cartuns e atividades que descrevem liricamente o sabor da infância.

Leia o livro completo no site Menino Maluquinho Online

terça-feira, 23 de março de 2010

As 10 músicas clássicas mais tristes

Ontem lendo a biografia de Samuel Barber, notei que sua maior composição deve ser a mais triste de todos os tempos. Mesmo não sendo uma especialista em música clássica, pensei em selecionar alguns clássicos famosos pelo seu tema ou melodia. Há Algumas composições desse estilo que são capazes de nos levar a um estado de tristeza, nostalgia, raiva e até capaz de fazer revivermos alguns fatos ou cenas de filmes que marcaram nossas vidas.
O Centenário de Barber (09 de março de 1910) e comemorado na Pensilvânia, é um bom momento para conhecermos um pouco mais da obra desse brilhante compositor.

Começo com próprio, o vencedor:

1- Adagio for Strings- SAMUEL BARBER



A obra foi tocada no funeral da princesa Grace de Mônaco e no funeral de Albert Einstein. Contrariamente à opinião popular, não foi tocada no funeral de Franklin D. Roosevelt, mas foi transmitido pela rádio no anúncio de sua morte. Foi realizado em 2001, Last Night of the Proms no Royal Albert Hall, em homenagem às vítimas do 11 de setembro, substituindo a tradicional otimista canções patrióticas. Também foi visitado durante as cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Vancouver 2010.
Em 2004, ouvintes da BBC 's programa Hoje votado Adagio mais tristes "clássica" trabalho sempre, à frente de "Dido's Lament", de Dido and Aeneas de Henry Purcell, o "Adagietto" da sinfonia s Gustav Mahler' 5, Metamorphosen por Richard Strauss e Gloomy Sunday como cantado por Billie Holiday.
Adagio for Strings podem ser ouvidas em muitos filmes, TV e trilhas sonoras de vídeo game, filme premiado Platoon, O Homem Elefante, Amélie. Ele foi ouvido em episódios de Os Simpsons, South Park e Big Love.

2-Purcell - Dido and Aeneas - Dido's lament


É uma ópera( 1689) em um prólogo e três atos do barroco do compositor Inglês Henry Purcell. A história é baseada no livro IV da Eneida de Virgílio e reconta a história de amor de Dido, rainha de Cartago e do Enéias herói de Tróia, e seu desespero ao seu abandono. Uma obra monumental na ópera barroca, é lembrada como uma das principais obras teatrais de Purcell. Está entre uma das primeiras óperas inglesas.

3-SERENATA - SCHUBERT


Trabalho originalmente para voz, uma das melodias mais famosas escritas durante o romantismo e pertence ao canto do cisne e publicado logo após a morte do compositor.

4--Rapsodia sobre un tema de Paganini – RACHMANINOFF


Sergei Vasilievich Rachmaninoff foi um compositor, pianista e maestro russo, um dos últimos grandes expoentes do estilo Romântico na música clássica européia. Sua Rapsódia Sobre um Tema de Paganini, um de seus trabalhos mais conhecidos hoje em dia, foi escrito na Suíça em 1934, tendo sido trilha sonora do filme "Em Algum Lugar do Passado", de 1980.
O concerto para piano n.º 2 foi uma das músicas preferidas pela Princesa Diana. Segundo o livro "Diana crônicas íntimas" de Tina Brown, a princesa costumava ouvi-la ao escrever cartas e em momentos de descanso.

5-MOONLIGHT SONATA (Beethoven

De Ludwig van Beethoven, popularmente conhecida como a Sonata ao Luar (Mondscheinsonate em alemão),foi concluído em 1801. O nome de "Moonlight" Sonata deriva de uma descrição de 1832 do primeiro movimento pelo crítico de música de Ludwig Rellstab, que comparou a lua brilhando sobre o Lago Lucerna.

6-Lacrimosa, Mozart Requiem

Wolfgang Amadeus MOZART 1756-1791 Réquiem, Lacrimosa
O filme Amadeus nos mostra, no final, um ávido Salieri ajudando Mozart em sua inútil tentativa de terminar a obra. Bem, não tão pateticamente, houve sim um encarregado de completar a composição. Mas só depois da morte de Mozart. Constanze, a viúva, confiou a Franz Xaver Süßmayr a tarefa; ele era aluno de Mozart. Por todo o século XIX, a versão que se conheceu do Réquiem foi a terminada por Süßmayr.

7-Suite orquestal número 3 en SOL mayor - BACH.

A peça original faz parte da Suíte nº 3 para orquestra, em Ré Maior, de Johann Sebastian Bach, BWV 1068, escrita para o Príncipe Leopoldo, entre 1717 e 1723.
8-AVE MARIA – SCHUBERT Andrea Bocelli

Franz Peter Schubert (31 de Janeiro de 1797 — Viena, 19 de Novembro de 1828) foi um compositor austríaco do fim da era clássica, com um estilo marcante, inovador e poético do romanticismo. A Ave Maria foi composta em 1825, quando ele tinha vinte anos. Ela foi escrita para voz e piano e publicado pela primeira vez em 1826 como Op. 52 n º 6. Franz Schubert, na verdade, originalmente escreveu a música para um trecho do poema "The Lady of the Lake" por Sir Walter Scott, que foi traduzido para o alemão por Adam Storck. Schubert chamou sua obra "Ellens Dritter Gesang". Neste trecho particular do poema, a heroína, Ellen Douglas, está na corrida e reza à Virgem Maria. Uma carta de Schubert para o pai e madrasta se refere à música de sua Ave Maria: "Minhas músicas novas da Dama do Lago, Scott, teve particular sucesso. Eles também quiseram saber muito sobre a minha devoção, eu expresso em um hino à Virgem Santíssima, que aparece, toma toda a alma e centra-se na devoção."
Alguns compositores nasceram para a música. Schubert era a música", ou "Diziam que dormia de óculos a fim de não perder tempo a procurá-los caso tivesse uma idéia à noite". Schubert tinha a religiosidade comparável à de Bach, embora não fosse devoto e praticante ortodoxo, mas sua Ave Maria é das mais inspiradas melodias já criadas.
Fonte: Taringa

9-Lago do Cisne-Tchaikovsky

O Lago dos Cisnes é um balé dramático, composto por Tchaikovsky, sob encomenda do Teatro Bolshoi em 1877, que conta a história do príncipe Siegfried, que se encanta pela princesa Odette, transformada em cisne por um mago. O feitiço que transformou ela e suas damas em cisnes lhes permite recuperarem a aparência humana à noite. A princesa só poderá ser libertada por um homem que a ame e Siegfried, louco de amor pela princesa das cisnes, jura que ele a quebrará o feitiço. Até os dias atuais é um dos mais belos e aclamados espetáculos do ballet clássico.
Sergei Diaghilev foi o fundador da companhia Ballets Russes e influenciou definitivamente o ballet do século XX. Introduziu o balé russo no ocidente em 1909, quando no primeiro semestre de 1909, promoveu com êxito absoluto uma temporada do Ballet Russo do Teatro Chatelet de Paris.

10-Handel - Xerxes - Ombra mai fu

O título, que se traduz do italiano como Nunca houve uma sombra, é a primeira ária da ópera. É cantada pelo personagem principal, Serse (ou "Xerxes"), em louvor da sombra de uma árvore como se senta debaixo dela. É comumente conhecido como Haendel "Largo". A ópera foi um fracasso comercial, com duração de apenas cinco apresentações em Londres, após sua estréia. No século 19, porém, a ária foi redescoberta e se tornou um best-Handel.
Fonte:Wikipédia