
Para o cineasta e professor de Comunicação Social da UVA Daniel Mattos, o fato de a atenção do cinema voltar-se para a figura do professor representa um aspecto cultural. "Nós vivemos em uma cultura em que a formação educacional das pessoas foi tendo peso cada vez maior na construção da sociedade. Fora da família, quem tem a responsabilidade da formação é o professor, por isso ele é referência. Hoje, ele ocupa o lugar que há tempos pertencia ao profeta ou ao clérigo.
O professor é um detentor do conhecimento, mas não o retém, está na sala de aula para disseminá-lo, isso torna sua figura muito folclórica", afirma Daniel. Na sua opinião, são tantos os filmes que colocam professores como protagonistas que o fato deixou de ser apenas um argumento cinematográfico para tornar-se um gênero.
E um gênero que é quase garantia de premiações, já que todos os filmes da categoria concorrem a prêmios e muitas vezes vencem. Alguns exemplos são "Sociedade dos Poetas Mortos", vencedor do Oscar de melhor roteiro original e do César (Oscar da França) de Melhor Filme Estrangeiro e "Ser e Ter", vencedor do César de Melhor Edição e eleito Documentário do Ano pelo European Film Awards e pela Sociedade Nacional dos Críticos dos Estados Unidos.
Se até Hollywood estendeu o tapete vermelho para essas produções, nós não podemos deixar de assisti-las. Confira abaixo a lista de filmes que colocam os professores em cena:
Ao Mestre com Carinho (1966)
Richard Dreyfuss interpreta Glen Holland, um compositor que aceita o emprego temporário de professor para pagar as contas, enquanto dedica suas horas livres a escrever a canção que o colocará na história. Contudo, conforme os anos passam, ele percebe que sua verdadeira vocação era mesmo passar aos outros a paixão pela música.
Mentes Perigosas (1995)
Michele Pfeiffer interpretada Louanne Johnson, ex-soldado da Marinha que assume a vaga de professora em uma escola pública. Sua turma é formada por desajustados sociais, mas ela enfrenta o desafio, vence a resistência dos alunos e lhes mostra a importância da educação.
Nenhum a Menos (1999)
Wei Minzhi interpreta ela mesma, menina de apenas 13 anos que vive numa vila pobre do interior da China e assume de repente o comando de uma sala de aula. A evasão escolar é um dos males locais, por isso é oferecido a Wei um adicional no salário caso ela consiga evitar que mais alunos deixem a escola. Quando o menino Zhang Huike (Huike Zhang) abandona a classe para ir trabalhar na cidade e assim ajudar a família, a professora parte desesperada em seu encalço.
Ana e o Rei (1999)
Jodie Foster interpreta Anna Leonowens, professora inglesa que é chamada pelo rei do Sião para dar aulas a seus filhos sobre a cultura ocidental. Ela acaba se envolvendo nos assuntos do país e se apaixonando pelo monarca.
Música do Coração (1999)
Meryl Streep interpreta Roberta Guaspari, uma violinista que nunca se profissionalizou por ter se dedicado unicamente à família. Quando o seu marido a abandona, ela decide seguir seu sonho e começa a dar aulas de violino para crianças pobres do East Harlem. Ao aprender a acreditar em si mesma, Roberta prova às crianças que são capazes de fazer qualquer coisa na vida.
Ser e Ter (2002)
No documentário, o professor Georges Lopez mostra como é possível levar o mundo para dentro de uma pequena sala de aula multiseriada no interior da França. Fazendo do respeito e da igualdade a chave da comunicação entre crianças de diferentes idades, o professor mostra a elas que mais importante do que ter é ser.
O Sorriso de Monalisa (2003)
Julia Roberts interpreta Katherine Watson, professora recém-contratada de um ultraconservador colégio para moças da década de 50. Aos poucos ela vai ganhando a confiança das alunas e, até mesmo, a liberdade de opinar sobre o marasmo da vida das moças, presas a um sistema onde a perspectiva concreta de um casamento vale mais do que seus sonhos.
Fonte :Escola 2000