sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Orações para Bobby

 
 
RELATO DE ATIVIDADE DO CURSO DE DIVERSIDADES
Realizamos nas dependências do Colégio Estadual Unidade Polo- Ensino Fundamental e Médio um dos encontros do curso de Diversidades por meio da Coordenação da Supervisora Marlene, que aconteceu no Mês de setembro e teve como tema homossexualidade.

Escolhemos para estudo e debate o filme “Orações para Bobby", com o objetivo de orientação, reflexão e questionamento. É um filme baseado em um livro do mesmo título, de Leroy Aarons. Fala sobre o drama de ser homossexual na adolescência e em uma família muito religiosa. Um jovem se suicida após se sentir rejeitado pela mãe. A morte provoca um terremoto na família conservadora, e a história fica mais interessante com os desdobramentos: os parentes ficam se remoendo de culpa até encontrarem um caminho mais digno de superar o trauma.

O filme mostra a História de Mary Graffith e de como ela decidiu procurar saber a interpretação que bíblia diz sobre homossexualidade após o suicídio de seu filho. Para Mary Griffith infelizmente a história acabou de forma trágica, entretanto sua história mudou a vida de centenas se não de milhares de famílias norte-americanas que se deram a oportunidade de amar e compreender seus filhos acima de tudo e qualquer coisa. Mary passou a lutar pelos seus direitos.

O filme termina com a célebre frase de Mary: "Antes de dizerem amém em suas casas e igrejas pensem. Pensem e lembrem-se uma criança está ouvindo". Mary Griffith.

Quando o filme acabou estávamos muito emocionados, mal conseguíamos dar nossas opiniões. Mas, mesmo assim, demos nossas impressões, não havendo no grupo discordância. E foi unânime a aprovação das ideias que o filme relata e ainda citamos casos em que devemos nos preocupar principalmente no âmbito escolar e justamente na idade em que o adolescente mais sofre esse tipo de preconceito. Alguns professores quiseram passar o filme para o seu pen drive para poder repassá-lo aos seus familiares e amigos.

O gênio Rui Barbosa, em seu célebre discurso "Oração aos Moços", de 1919, já plantara a ideia de que a maior desigualdade que se pode cometer é tratar com igualdade os desiguais.

Ele fazia referência ao que hoje chamamos respeito à diversidade.

"Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real. Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal a missão do trabalho."

 (Rui Barbosa,1919)
A questão da igualdade entre os seres humanos aflige as mentes pensantes desde há muito tempo. Nós, profissionais da educação temos que estar sempre atentos para com o jovem que apresente alguma diversidade seja visto sempre pelo seu caráter, personalidade e dons intelectuais e principalmente, como ser humano.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Conto: Baleia

Estou postando o conto " Baleia" para os alunos dos terceiros anos que perderam a leitura do conto e o filme " Vidas Secas", de Graciliano Ramos. Também pode ser encontrado na obra " Os Cem melhores contos  Brasileiros do Século XX, de Italo Moriconi na Sala de Leitura.


                                  Baleia
Graciliano Ramos

A CACHORRA Baleia estava para morrer. Tinha emagrecido, o pêlo caíra-lhe em vários pontos, as costelas avultavam num fundo róseo, onde manchas escuras supuravam e sangravam, cobertas de moscas. As chagas da boca e a inchação dos beiços dificultavam-lhe a comida e a bebida.

Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas Baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa nas base, cheia de moscas, semelhante a uma cauda de cascavel.

Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito.

Sinhá Vitória fechou-se na camarinha, rebocando os meninos assustados, que advinhavam desgraça e não se cansavam de repetir a mesma pergunta:

- Vão bulir com a Baleia?

Tinham visto o chumbeiro e o polvarinho, os modos de Fabiano afligiam-nos, davam-lhes a suspeita de que Baleia corria perigo.

Ela era como uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se difereciavam, rebolavam na areia do rio e no estrume fofo que ia subindo, ameaçava cobrir o chiquiro das cabras.

Quiseram mexer na taramela e abrir a porta, mas sinhá vitória levou-os para a cama de varas, deitou-os e esforçou-se por tapar-lhes os ouvidos: prendeu a cabeça do mais velho entre as coxas e espalmou as mãos nas orelhas do segundo. Como os pequenos resistissem, aperreou-­se e tratou de subjugá-los, resmungando com energia.

Ela também tinha o coração pesado, mas resignava-se: naturalmente a decisão de Fabiano era necessária e justa. Pobre da Baleia.

Escutou, ouviu o rumor do chumbo que se derramava no cano da arma, as pancadas surdas da vareta na bucha. Suspirou. Coitadinha da Baleia.

Os meninos começaram a gritar e a espernear. E como sinhá Vitória tinha relaxado os músculos, deixou escapar o mais taludo e soltou uma praga:

- Capeta excomungado.

Na luta que travou para segurar de novo o filho rebelde, zangou-se de verdade. Safadinho. Atirou um cocorote ao crânio enrolado na coberta vermelha e na saia de ramagens.

Pouco a pouco a cólera diminuiu, e sinhá Vitória, embalando as crianças, enjoou-se da cadela achacada, gargarejou muxoxos e nomes feios. Bicho nojento, babão. Inconveniência deixar cachorro doido solto em casa. Mas compreendia que estava sendo severa demais, achava difícil Baleia endoidecer e lamentava que o marido não houvesse esperado mais um dia para ver se realmente a execução era indispensável.

Nesse momento Fabiano andava no copiar, batendo castanholas com os dedos. Sinhá Vitória encolheu o pescoço e tentou encostar os ombros às orelhas. Como isto era impossível, levantou um pedaço da cabeça.

Fabiano percorreu o alpendre, olhando as barúna e as porteiras, açulando um cão invisível contra animais invisíveis:

-Ecô! ecô!

Em seguida entrou na sala, atravessou o corredor e chegou à janela baixa da cozinha. Examinou o terreiro, viu Baleia coçando-se a e esfregar as peladuras no pé de turco, levou a espingarda ao rosto. A cachorra espiou o dono desconfiada, enroscou-se no tronco e foi-se desviando, até ficar no outro lado da árvore, agachada e arisca, mostrando apenas as pupilas negras. Aborrecido com esta manobra, Fabiano saltou a janela, esgueirou-se ao longo da cerca do curral, deteve-se no mourão do canto e levou de novo a arma ao rosto. Como o animal estivesse de frente e não apresentasse bom alvo, adiantou-se mais alguns passos. Ao chegar às catingueiras, modificou a pontaria e puxou o gatilho. A carga alcançou os quartos de Baleia, que se pôs latir desesperadamente.

Ouvindo o tiro e os latidos, sinhá Vitória pegou-se à Virgem Maria e os meninos rolaram na caca chorando alto. Fabiano recolheu-se.

E Baleia fugiu precipitada, rodeou o barreiro, entrou no quintalzinho da esquerda, passou rente aos craveiros e às panelas de losna, meteu-se por um buraco da cerca e ganhou o pátio, correndo em três pés. Dirigiu-se ao copiar, mas temeu encontrar Fabiano e afastou-se para o chiqueiro das cabras. Demorou-se aí por um instante, meio desorientada, saiu depois sem destino, aos pulos.

Defronte do carro de bois faltou-lhe a perna traseira. E, perdendo muito sangue, andou como gente em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo. Quis recuar e esconder-se debaixo do carro, mas teve medo da roda.

Encaminhou-se aos juazeiros. Sob a raiz de um deles havia uma barroca macia e funda. Gostava de espojar-se ali: cobria-se de poeira, evitava as moscas e os mosquitos, e quando se levantava, tinha as folhas e gravetos colados às feridas, era um bicho diferente dos outros. Caiu antes de alcançar essa cova arredada. Tentou erguer-se, endireitou a cabeça e estirou as pernas dianteira, mas o resto do corpo ficou deitado de banda. Nesta posição torcida, mexeu-­se a custo, ralando as patas, cravando as unhas no chão, agarrando-se nos seixos miúdos. Afinal esmoreceu e aquietou-se junto às pedras onde os meninos jogavam cobras mortas. Uma sede horrível queimava-lhe a garganta. Procurou ver as pernas e não as distinguiu: um nevoeiro impedia-lhe a visão. Pôs-se a latir e desejou morder Fabiano. Realmente não latina: uivava baixinho, e os uivos iam diminuindo, tomavam-se quase imperceptíveis.

Como o sol a encandeasse, conseguiu adiantar-se umas polegadas e escondeu-se numa nesga de sombra que ladeava a pedra.

Olhou-se de novo, aflita. Que lhe estaria acontecendo? O nevoeiro engrossava e aproximava­se.

Sentiu o cheiro bom dos preás que desciam do morro, mas o cheiro vinha fraco e havia nele partículas de outros viventes. Parecia que o morro se tinha distanciado muito. Arregaçou o focinho, aspirou o ar lentamente, com vontade de subir a ladeira e perseguir os preás, que pulavam e corriam em liberdade.

Começou a arquejar penosamente, fingindo ladrar. Passou a língua pelos beiços torrados e não experimentou nenhum prazer. O olfato cada vez mais se embotava: certamente os preás tinha fugido.

Esqueceu-os e de novo lhe veio o desejo de morder Fabiano, que lhe apareceu diante dos olhos meio vidrados, com um objeto esquisito na mão. Não conhecia o objeto, mas pôs-se a tremer, convencida de que ele encerrava surpresas desagradáveis. Fez um esforço para desviar-se daquilo e encolher o rabo. Cerrou as pálpebras pesadas e julgou que o rabo estava encolhido. Não poderia morder Fabiano: tinha nascido perto dele, numa camarinha, sob a cama de varas, e consumira a existência em submissão, ladrando para juntar o gado quando o vaqueiro batia palmas.

O objeto desconhecido continuava a ameaçá-la. Conteve a respiração, cobriu os dentes, espiou o inimigo por baixo das pestanas caídas. Ficou assim algum tempo, depois sossegou. Fabiano e a coisa perigosa tinham-se sumido.

Abriu os olhos a custo. Agora havia uma grande escuridão, com certeza o sol desaparecera. Os chocalhos das cabras tilintaram para os lados do rio, o fartum do chiqueiro espalhou-se pela vizinhança.

Baleia assustou-se. Que faziam aqueles animais soltos de noite? A obrigação dela era levantar-se, conduzi-los ao bebedouro. Franziu as ventas, procurando distinguir os meninos. Estranhou a ausência deles.

Não se lembrava de Fabiano. Tinha havido um desastre, mas Baleia não atribuía a esse desastre a importância em que se achava nem percebia que estava livre de responsabilidades.

Uma angústia apertou-lhe o pequeno coração. Precisava vigiar cabras: àquela hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas ribanceiras, rondar as moitas afastadas. Felizmente os meninos dormiam na esteira, por baixo do caritó onde sinhá Vitória guardava o cachimbo.

Uma noite de inverno, gelada e nevoenta, cercava a criaturinha. Silêncio completo, nenhum sinal de vida nos arredores. O galo velho não cantava no poleiro, nem Fabiano roncava na cama de varas. Estes sons não interessavam Baleia, mas quando o galo batia as asas e Fabiano se virava, emanações familiares revelavam-lhe a presença deles. Agora parecia que a fazenda se tinha despovoado.

Baleia respirava depressa, a boca aberta, os queixos desgovernados, a língua pendente e insensível. Não sabia o que tinha sucedido. O estrondo, a pancada que recebera no quarto e a viagem difícil no barreiro ao fim do pátio desvaneciam-se no seu espírito.

Provavelmente estava no cozinha, entre as pedras que serviam de trempe. Antes de se deitar, sinhá Vitória retirava dali os carvões e a cinza, varria com um molho de vassourinha o chão queimado, e aquilo ficava um bom lugar para cachorro descansar. O calor afugentava as pulgas, a terra se amaciava. E, findos os cochilos, numerosos preás corriam e saltavam, um formigueiro de preás invadia a cozinha.

A tremura subia, deixava a barriga e chegava ao peito de Baleia. Do outro peito para trás era tudo insensibilidade e esquecimento. Mas o resto do corpo se arrepiava, espinhos de mandacaru penetravam na carne meio comida pela doença.

Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente sinhá Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.

Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

_______________

Fonte: RAMOS, Graciliano. Vidas secas, 82ªed. Rio de Janeiro: Record. 2001. p. 85-91.

Entregar uma resenha crítica no dia 15 de setembro.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Pequeno Príncipe no ensino de jovens e adultos


Este ano estou com uma turma bem diferente. A turma pertence ao ensino de jovens e adultos do ensino fundamental. São doze alunos em diferentes faixas etárias, com vários objetivos, mas a maioria com grande interesse em conseguir recuperar o tempo perdido. Ao observar a turma, percebi que sua expectativa quanto ao ensino de Língua Portuguesa era muito preocupante. Muitos achavam que não iriam conseguir ir até o final do curso. Principalmente quando comentei sobre as atividades de produção de textos. Para sanar essa preocupação resolvi investigar suas preferências literárias. O que já tinham lido, os filmes que haviam assistido os gêneros preferidos. Após esta análise pude verificar que as histórias ficcionais eram as que mais despertavam seus interesses, como também os temas de amor, justificadas pela própria idade. Alguns também demonstraram interesse por relacionamentos em geral, por isso decidi apresentar-lhes a obra “O Pequeno Príncipe”, em uma edição de colecionador. Após mostrar-lhes o livro e algumas passagens famosas, comecei a exibição do filme. No final desta etapa distribui as questões a serem trabalhadas em equipes conforme as séries.

As questões são as seguintes:

Séries iniciais:

a) Pesquise em sites de temas literários,todos personagens da obra e suas metáforas, isto o significado de cada personagem.

b) Qual a mensagem da raposa?

Séries finais:

a) Escolha 10 frases marcantes da obra e explique o que o autor quis dizer literalmente.

Na sequência, pedi que os alunos fossem ao laboratório de informática para fazerem as pesquisas na internet afim de que confrontem a opinião dos blogueiros com as suas. A partir dessas atividades pude perceber que o grau de interesse pela obra aumentou, percebendo o valor estético da obra e se identificando com ela.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Em Férias


Estou em férias na casa da minha filha Camila que mora em Terra Roxa - Pr. Capital nacional, da confecção moda bebê.

Particularmente, acho a cidade muito quente. Em compensação o povo é muito solidário, honesto, trabalhador e estar bem perto de Guaíra e do Paraguai é um de seus pontos positivos. Estive no Salto del Guairá três vezes nesta estada. É difícil vir ao Paraguai e não pensar em compras. 
Se quiser se aventurar, aconselho lojas como Shopping China, imagine um supermercado, onde você caminha entre perfumes, brinquedos, confecções, bebidas, celulares, computadores, instrumentos musicais; tudo com preços bem abaixo do que compramos no Brasil. O Shopping China é assim, mas com bebidas, chocolates suiços, roupas e, é claro maquiagens e produtos de beleza. Além do Shopping China, tem a Bless. a Queen Anne e a Towers, que são ótimas também, além de confiáveis.
É ótimo para comprar creme e shampoo da L’Oréal, Alfaparf, Kerastase, Redken entre outros bem mais em conta que no Brasil. Tem de tudo! Não resisti e acabei com minhas economias!!!! O bom é que são  produtos originais! Se ultrapassarem a cota de 300 dólares é obrigatório o preenchimento da declaração de bagagem, que é feita na aduana brasileira, na volta para o Brasil.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente


Ontem, os alunos da 1ª série "A", fizeram a sua apresentação da peça"O Auto da Barca do Inferno". Esta é uma turma bem diferente da "B". São muito tranquilos, mas se dedicaram muito ao teatro, até me surpreenderam, pois encomendaram as produções e me fizeram surpresa. São também muito divertidos, fazem piadinhas e aprendem brincando. Difícil é fazê-los se concentrarem no que fazem. Notei que com o teatro ficaram mais unidos, dividiram suas responsabilidades e cobraram a participação efetiva dos amigos, bem como uma avaliação justa.
Parabéns a todos e  aproveitem as férias!!!


                  Diego, autor da Releitura  da peça " O Velho da Horta, de Gil Vicente"
                                  no figurino do velho.
                                      
                                  

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Velho da horta / O Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente

Estou ensaindo com meus alunos das primeiras séries do ensino médio, duas peças de Gil Vicente, para encerrar o ano em gran finale. Eles estão muito motivados, ansiosos para que no dia da apresentação tudo saia como planejamos. Como as peças estão em português arcaico, ficaria muito estranho encenarmos no original. Por isso, pedi aos alunos que atualizassem as falas, o que foi muito divertido e produtivo, pois compreenderam as intenções do autor quanto às críticas sociais e o quanto ainda são atuais.
Peça original "O Velho da Horta": Domínio Público
Versão atualizada pelo aluno Diego Henrique de Moraes Gomes. do 1º "B":
Releitura

O Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente: Releitura





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A Carta de Pero Vaz de Caminha


Estou preparando meus alunos da 1ª série do Ensino Médio para a avaliação do PAS-UEM e conferindo as obras literárias exigidas, verifiquei que a primeira da lista é  A carta de Pero Vaz de Caminha. Decidi, então, utilizar uns encartes  denominados "EUREKA", do ensino pré-vestibular, enviados no ano passado para a preparação dos alunos para o Enem. Neste encarte há boa parte da carta, mas pesquisei também na internet e achei-a completa do site do domínio público.
Os alunos gostaram da leitura do documento, principalmente quando Caminha se refere às descrições detalhadas dos indígenas.
Abaixo segue o modelo de estudo que utilizei, variando a dificuldade conforme a turma.

Li a carta de Pero Vaz de Caminha, explicando e contextualizando as informações e sempre preocupada em mostrar uma compreensão da leitura direcionando ao respeito, ao "diferente" e aos interesses. Contextualizei o porquê Portugal era, naquela época, o país pioneiro na exploração dos mares.

Durante a leitura, fiz comentários a fim de que os alunos visualizem as dificuldades para se compreender uma cultura diferente da nossa. Também investiguei seus conhecimentos prévios da disciplina de História. Fiquei admirada pelo total desconhecimento em relação a alguns fatos e vocabulários. Ex.: não sabiam o que significava: degredados.
OS DEGREDADOS! Numa breve consulta ao dicionário,aprendemos que degredado é um sujeito que sofreu pena de degredo,ou seja,foi expulso ou excluído do seu país,por decreto governamental em virtude de crimes cometidos. Mas, nada comprova que os degredados que vieram para o Brasil punidos pela Coroa Portuguesa, tivessem sido criaturas perversas ou negativas, sociopatas, incapazes de conviver em sociedade.

Depois da leitura da Carta e dos comentários, pedi aos alunos, que em duplas, escrevessem uma carta relatando o encontro entre os europeus e os nativos pela perspectiva dos povos indígenas.  A seguir, as duplas leram as produções escritas.
Em outra turma, distribuí à classe trechos da carta de Pero Vaz de Caminha e pedi-lhes que identificassem, no documento, as informações mais importantes sobre as intenções dos exploradores. Pedi aos grupos que apresentassem suas conclusões.
Comentei também sobre a literatura que veio depois com o modernista Oswald de Andrade:
A DESCOBERTA (Oswald de Andrade)


Seguimos nosso caminho por este mar de longo

Até a oitava da Páscoa

Topamos aves

E houvemos vista de terra

os selvagens

Mostraram-lhes uma galinha

Quase haviam medo dela

E não queriam por a mão

E depois a tomaram como espantados

primeiro chá

Depois de dançarem

Diogo Dias

Fez o salto real.
Textos da Carta - intertextualidade com o poema A descoberta:


"E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de terra, (...) E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves (...). Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra!"

"Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados."

"(...) Diogo Dias, (...) Depois de dançarem (...) salto real, (...)"

AS MENINAS DA GARE (Oswald de Andrade)



Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis

Com cabelos mui pretos pelas espáduas

E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas

Que de nós as muito bem olharmos

Não tínhamos nenhuma vergonha.


Texto da Carta - intertextualidade com o poema As meninasd a gare:

"Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam."


      ERRO DE PORTUGUÊS (Oswald de Andrade)


Quando o português chegou

Debaixo duma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena!

Fosse uma manhã de sol

O índio teria despido

O português.
Textos da Carta - intertextualidade com o poema Erro de português:
"À noite seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus. (...) "
"(...) aos quais mandou dar a cada um uma camisa nova e uma carapuça vermelha(...)"
"(...) tinha ido o degredado com um homem que, o agasalhou e levou até lá. Mas logo o tornaram a nós. E com ele vieram os outros que nós leváramos, os quais vinham já nus e sem carapuças."
"(...) não veio mais que uma mulher, moça, a qual esteve sempre à missa, à qual deram um pano com que se cobrisse; e puseram-lho em volta dela."

 Leia:  Obra completa da Carta de Caminha

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dom Casmurro : Olhos de Ressaca

Hoje preparei esta aula para motivar os alunos da 2ª série do ensino médio a lerem a obra Dom Casmurro de Machado de Assis. Gostei muito da série que a globo apresentou: "Capitu" e por isso, decidi apresentar o mesmo capítulo em vídeo para que possam visualizar a cena. Depois de lermos o capítulo, assistiremos ao vídeo, conversarei com eles sobre suas impressões e em seguida aplicarei uma atividade em grupo. Após debaterem a melhor resposta, apresentarão à sala no final da aula.
                                              
                                                  Olhos de Ressaca

 

Tudo era matéria às curiosidades de Capitu. Caso houve, porém, no qual não sei se aprendeu ou ensinou, ou se fez ambas as cousas, como eu. É o que contarei no outro Capítulo. Neste direi somente que, passados alguns dias do ajuste com o agregado, fui ver a minha amiga; eram dez horas da manhã. D. Fortunata, que estava no quintal nem esperou que eu lhe perguntasse pela filha.
--Está na sala penteando o cabelo, disse-me; vá devagarzinho para lhe pregar um susto.
Fui devagar, mas ou o pé ou o espelho traiu-me. Este pode ser que não fosse; era um espelhinho de pataca (perdoai a barateza), comprado a um mascate italiano, moldura tosca, argolinha de latão, pendente da parede, entre as duas janelas. Se não foi ele, foi o pé. Um ou outro, a verdade é que, apenas entrei na sala, pente, cabelos, toda ela voou pelos ares, e só lhe ouvi esta pergunta:
--Há alguma cousa?
--Não há nada, respondi; vim ver você antes que o Padre Cabral chegue para a lição. Como passou a noite?
--Eu bem. José Dias ainda não falou?
--Parece que não.
-- Mas então quando fala?
--Disse-me que hoje ou amanhã pretende tocar no assunto; não vai logo de pancada, falará assim por alto e por longe, um toque. Depois, entrará em matéria. Quer primeiro ver se mamãe tem a resolução feita...
-- Que tem, tem, interrompeu Capitu. E se não fosse preciso alguém para vencer já, e de todo, não se lhe falaria. Eu já nem sei se José Dias poderá influir tanto; acho que fará tudo, se sentir que você realmente não quer ser padre, mas poderá alcançar?... Ele é atendido; se, porém... É um inferno isto! Você teime com ele, Bentinho.
--Teimo- hoje mesmo ele há de falar.
--Você jura?
--Juro. Deixe ver os olhos, Capitu.
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios. Há de dobrar o gozo aos bem-aventurados do céu conhecer a soma dos tormentos que já terão padecido no inferno os seus inimigos; assim também a quantidade das delícias que terão gozado no céu os seus desafetos aumentará as dores aos condenados do inferno. Este outro suplício escapou ao divino Dane; mas eu não estou aqui para emendar poetas. Estou para contar que, ao cabo de um tempo não marcado, agarrei-me definitivamente aos cabelos de Capitou, mas então com as mãos, e disse-lhe,--para dizer alguma cousa,--que era capaz de os pentear, se quisesse.
--Você?
--Eu mesmo.
--Vai embaraçar-me o cabelo todo, isso sim.
--Se embaraçar, você desembaraça depois.
--Vamos ver.

Atividades:
1- Ao apresentar o perfil de Capitu, Machado de Assis revela traços da psicologia feminina: a arte de dissimular e a capacidade que tem a mulher para sair-se bem de situações embaraçosas, como, aliás, se pode ver em outras obras machadianas. É certo afirmar que Capitu tinha tendências a mentira? Justifique.

2- A mentira está muito presente em todo o livro. A verdadeira questão não seria: como a mentira é fundamental para a manutenção das relações sociais, das relações humanas?

3- Depois da sedução como pecado original tem-se o despertar do amor. A sedução de Capitu aparece causando intensa emoção a Bentinho. Você acha que Bentinho realmente não terá um futuro brilhante por não conseguir segurar suas emoções? Justifique.

4- Aqui o autor torna explicita a beleza de Capitu e o encanto de Bentinho - que assume o papel de narrador da trama, desde moleque pela moça. Você concorda com Bentinho quanto a beleza da moça ou há outros motivos para mostrá-la assim? Justifique.

5- A imagem poética central do texto em questão recorre a elemento da natureza para caracterizar o olhar da protagonista da narrativa. O que o autor sugere com estas metáforas?



Fonte: ( Dom Casmurro, Machado de Assis, cap. 32 )

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Vestido de Laura, por Cecília Meireles


O vestido de Laura

é de três babados,

todos bordados.


O primeiro, todinho,todinho

de flores

de muitas cores.



No segundo, apenas

borboletas voando,

num fino bando.



O terceiro, estrelas,

estrelas de renda

- talvez de lenda...


O vestido de Laura

vamos ver agora,

sem mai demora!



Que estrelas passam,

borboletas, flores

perdem suas cores.


Se não formos depressa,

acabou-se o vestido

todo bordado e florido!
 Este poema foi o primeiro que me encantou no mundo da poesia. Acho que isto se deve à fascinação que sempre tive desde de menina por vestidos amplos, rodados e finos. Além disso, minha avó paterna, se chamava Laurinda e talvez essa emoção seja também por este fato. Ela era uma avó muito dedicada às netas e os seus presentes eram sempre vestidinhos rodados. Mas quando o levo para sala de aula, vejo o mesmo encantamento nos olhinhos dos alunos. Quando iniciamos a análise a fascinação aumenta, porque Cecília realmente emociona a cada estrofe. Após a leitura estrutural, chegam a uma análise mais profunda que revela o tema: "as fases da vida", sendo um dos temas preferidos da autora: A transitoriedade do tempo. Os três babados seriam: a primeira, segunda e terceira idade, bem como, no sentido figurado, mostra a passagem por cada uma dessas fases e, finaliza demonstrando que a vida passa rápido.
Um trabalho com ilustração dessa poesia dará sempre um belíssimo resultado e muita alegria com a garotada.

Esta imagem foi produzida com colagem de papel pintado, aquarela e canetinha nanquim.
Imagem da Motoca. net

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Os dez melhores filmes de ficção científica

Assim como adoro livros, também sou uma cinéfila de carteirinha. Coleciono filmes raros e famosos há mais de 20 anos, nos mais diversos gêneros. Alugo muito raramente e prefiro comprar para poder indicar e mostrar à minha família e aos meus alunos, o melhor da 7ª arte. E hoje em dia, com TVs por assinatura e canais especializados em filmes, podemos rever alguns clássicos famosos que a geração de 80 para cá não conhecem. Para adquirir algum em especial, gosto de garimpar em sites especializados, nas Lojas Americanas e em livrarias em busca de raridades. Dentro do meu rico acervo, quero apresentar-lhes uma seleção dos melhores filmes de ficção. Claro que a seleção não foi feita para ser aceita com unanimidade, pois uma lista assim sempre deixa espaço para polêmicas. Para não ser injusta, postarei sem dizer a ordem dos melhores. Enfim, a minha intenção é também saber a opinião do leitor e se por acaso perdi algo interessante. Concorda? Discorda? Tem algum título que você considera indispensável nessa lista? Comente e dê sua sugestão.

1- Guerra nas Estrelas (1977) O Império Contra Ataca(1980)

Este filme inovou no gênero e fez muito cinéfilo ficar impressionado com os novos recursos tecnológicos. Assisti no cinema, e me senti transportada a outro mundo. Já nas primeiras imagens pareciam intermináveis - eu sabia que algo especial estava acontecendo. Foi e ainda é brilhante. Quando finalmente entramos em contato com a trama simples, já estamos na mesma frequência.
2-Mad Max
Mad Max é um filme apocalíptico.O filme que transformou Mel Gibson em astro conhecido no mundo todo é o maior sucesso de bilheteria do cinema australiano. Por essas e outras que eu simplesmente amo filmes apocalípticos (onde os humanos têm que se virar pra sobreviver, tipo Waterworld, Extermínio, etc.) Aquele estilo de roupa de couro, moto e óculos escuros fazia um charme todo especial ao personagem que representava o policial firme em suas convicções.

3- Blade Runner, O Caçador de Andróides (1982) Dir: Ridley Scott


É um filme de ficção científica realizado por Ridley Scott e editado em 1982, ilustrando uma visão negra e futurística de Los Angeles em novembro de 2019.  Muito bem definido em um estilo cyberpunk. Filme impressionante, pertubador e intelectualmente estimulante. É um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Acho que isso caracteriza a forma como o gênero deve ser, escuro, gótico. Além disso, é um filme que envelheceu muito bem, o que é impressionante para um filme de 28 anos de idade!

4- Jurassic Park

Acho que não há quem não tenha assistido a trilogia. Pois, se você nunca assistiu nenhum filme de Jurassic Park, não teve infância. Foram os filmes que transformaram as figuras nos livros em algo a mais, deram tridimensionalidade para os dinossauros, que são os bichos mais aterrorizantes que já existiram na face daTerra.

5- De volta para o Futuro ( A trilogia)
É um clássico da ficção científica, que cativa com sua interpretação da viagem no tempo, que consegue unir a ficção com romance, comédia e aventura. Minha filha, de 13 anos,  conheceu-o neste ano e ficou apaixonada, inclusive pela trilha sonora.

6-Exterminador do Futuro (1984)/O Exterminador do Futuro 2(1991) Dir: James Cameron


“Hasta La vista, baby.” The Terminator, é um filme de ação de ficção científica, em que um serciborgue (tecido vivo por cima de um esqueleto de andróide) com inteligência artificial, designado Cyberdyne Systems Model 101 - 800 Series Terminator (interpretado por Arnold Schwarzenegger), é transportado no tempo, de 2029 até ao dia 12 de Maio de 1984, com o objetivo de alterar o curso da História e consequentemente o Futuro. Foi esta trilogia e sua trilha sonora que me apresentou Guns n’ Roses. “Welcome to the jungle!”

7- Matrix (1999) Dir: Andy & Larry Wachowski


A série além de uma ótima obra do cinema com ótimos efeitos especiais gera grande discussão filosófica, sendo aplicada para estudo até mesmo nas universidades. A possibilidade de um mundo alternativo, e que toca também em pontos como a projeção astral, a Inteligência artificial fazendo com que o homem passe a ter o dom da criação divina, entre muitos outros aspectos filosóficos e científicos estudados.

8- ALIEN (1979) Dir: Ridley Scott

Alien é inesquecível e merece estar nesta lista por uma série de aspectos. É um filme de ficção, mas também de suspense e terror. Foi o longa metragem que rompeu com a era dos extraterrestres “bonzinhos” no cinema, graças principalmente à figura do título, assinada pelo artista surrealista H.R.Giger, que fez finalmente um extra-terrestre muito realista. Scott, em conjunto com uma ótima equipe técnica, concebeu um visual surpreendente, que mesmo trinta anos mais tarde continua atual. O filme foi premiado com o Oscar de efeitos visuais e indicado à estatueta de Direção de Arte

9- 2001: Uma Odisséia no Espaço, filme de Stanley Kubrick de 1968

Ele é fascinante, vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais, mostra o drama entre a máquina e o homem envolto em música e movimento, um trabalho tão influente que Steven Spielberg o comparou com o "Big Bang" dos produtores de sua geração. Talvez seja o maior trabalho diretor Stanley Kubrick A seleção de músicas da trilha sonora utilizadas por Kubrick, que sempre remetem à evolução da espécie humana. Por exemplo, a música Tlzits Spake Zarathirstra, de Richard Strauss, utilizada no início, foi baseada num livro de Nietzsche e significa a passagem


10- AI Inteligência Artificial de Steven Spielberg lançado em 2001
 É um filme de Steven Spielberg lançado em 2001, a partir de um projeto de Stanley Kubriky, dois diretores com visões totalmente diferentes da arte cinematográfica. Fala sobre a possibilidade da criação de máquinas com sentimentos e isto é  que mais choca: o amor eterno que o menino sente pela mãe. Ao longo de sua existência, tudo o que deseja é se tornar humano e ser amado pela mãe. Com certeza fará você pensar, emocionará e será um ótimo entretenimento para as pessoas que curtem um bom drama ou ficção
Além dos dez não poderia deixar de mencionar :
AVATAR
Avatar é um filme épico americano de ficção científica escrito e dirigido por James CameronAVATAR nos leva a um mundo espetacular, além da nossa imaginação, onde um herói relutante embarca numa jornada de redenção e descoberta, já que ele lidera uma batalha heróica para salvar a civilização. Gostei muito do fime que assisti em 3D no cinema e me deu dó ele ter perdido o Oscar para Guerra ao Terror, que ficou com seis estatuetas, entre elas melhor filme e direção.