sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Menino Maluquinho

Vi no twitter a indicação do blog da prof. Fátima. Achei muito interessante, porque ela trata  de um dos temas que eu mais gosto: a literatura. Li em seu último post que hoje é dia internacional do livro infantil em homenagem Hans Crintian Andersen. Há escritores brasileiros que contribuíram muito para a literatura infantil, como Monteiro Lobato e Vicente Guimarães. Por isso, para homenagear o dia  indico um livro de autor nacional que admiro muito. Tanto que tenho três filhos e sempre que se alfabetizavam, eu presenteava-lhes com esse livro incrível. Minha filha mais velha "Camila", sabia decorado. O do meio, Victor, até hoje, 23 anos tem muito ciúmes dele, e a mais nova, "Isadora", rabiscou-o todinho e copiou as ilustrações em vários caderninhos. Coitados dos livrinhos,  ficaram em panderecos.



O menino maluquinho é um livro infanto-juvenil brasileiro de 1980 criado pelo desenhista e cartunista mineiro de Caratinga conhecido por Ziraldo. Apresenta as histórias e invenções de uma criança alegre e sapeca, "maluquinha". São cartuns e atividades que descrevem liricamente o sabor da infância.

Leia o livro completo no site Menino Maluquinho Online

terça-feira, 23 de março de 2010

As 10 músicas clássicas mais tristes

Ontem lendo a biografia de Samuel Barber, notei que sua maior composição deve ser a mais triste de todos os tempos. Mesmo não sendo uma especialista em música clássica, pensei em selecionar alguns clássicos famosos pelo seu tema ou melodia. Há Algumas composições desse estilo que são capazes de nos levar a um estado de tristeza, nostalgia, raiva e até capaz de fazer revivermos alguns fatos ou cenas de filmes que marcaram nossas vidas.
O Centenário de Barber (09 de março de 1910) e comemorado na Pensilvânia, é um bom momento para conhecermos um pouco mais da obra desse brilhante compositor.

Começo com próprio, o vencedor:

1- Adagio for Strings- SAMUEL BARBER



A obra foi tocada no funeral da princesa Grace de Mônaco e no funeral de Albert Einstein. Contrariamente à opinião popular, não foi tocada no funeral de Franklin D. Roosevelt, mas foi transmitido pela rádio no anúncio de sua morte. Foi realizado em 2001, Last Night of the Proms no Royal Albert Hall, em homenagem às vítimas do 11 de setembro, substituindo a tradicional otimista canções patrióticas. Também foi visitado durante as cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Vancouver 2010.
Em 2004, ouvintes da BBC 's programa Hoje votado Adagio mais tristes "clássica" trabalho sempre, à frente de "Dido's Lament", de Dido and Aeneas de Henry Purcell, o "Adagietto" da sinfonia s Gustav Mahler' 5, Metamorphosen por Richard Strauss e Gloomy Sunday como cantado por Billie Holiday.
Adagio for Strings podem ser ouvidas em muitos filmes, TV e trilhas sonoras de vídeo game, filme premiado Platoon, O Homem Elefante, Amélie. Ele foi ouvido em episódios de Os Simpsons, South Park e Big Love.

2-Purcell - Dido and Aeneas - Dido's lament


É uma ópera( 1689) em um prólogo e três atos do barroco do compositor Inglês Henry Purcell. A história é baseada no livro IV da Eneida de Virgílio e reconta a história de amor de Dido, rainha de Cartago e do Enéias herói de Tróia, e seu desespero ao seu abandono. Uma obra monumental na ópera barroca, é lembrada como uma das principais obras teatrais de Purcell. Está entre uma das primeiras óperas inglesas.

3-SERENATA - SCHUBERT


Trabalho originalmente para voz, uma das melodias mais famosas escritas durante o romantismo e pertence ao canto do cisne e publicado logo após a morte do compositor.

4--Rapsodia sobre un tema de Paganini – RACHMANINOFF


Sergei Vasilievich Rachmaninoff foi um compositor, pianista e maestro russo, um dos últimos grandes expoentes do estilo Romântico na música clássica européia. Sua Rapsódia Sobre um Tema de Paganini, um de seus trabalhos mais conhecidos hoje em dia, foi escrito na Suíça em 1934, tendo sido trilha sonora do filme "Em Algum Lugar do Passado", de 1980.
O concerto para piano n.º 2 foi uma das músicas preferidas pela Princesa Diana. Segundo o livro "Diana crônicas íntimas" de Tina Brown, a princesa costumava ouvi-la ao escrever cartas e em momentos de descanso.

5-MOONLIGHT SONATA (Beethoven

De Ludwig van Beethoven, popularmente conhecida como a Sonata ao Luar (Mondscheinsonate em alemão),foi concluído em 1801. O nome de "Moonlight" Sonata deriva de uma descrição de 1832 do primeiro movimento pelo crítico de música de Ludwig Rellstab, que comparou a lua brilhando sobre o Lago Lucerna.

6-Lacrimosa, Mozart Requiem

Wolfgang Amadeus MOZART 1756-1791 Réquiem, Lacrimosa
O filme Amadeus nos mostra, no final, um ávido Salieri ajudando Mozart em sua inútil tentativa de terminar a obra. Bem, não tão pateticamente, houve sim um encarregado de completar a composição. Mas só depois da morte de Mozart. Constanze, a viúva, confiou a Franz Xaver Süßmayr a tarefa; ele era aluno de Mozart. Por todo o século XIX, a versão que se conheceu do Réquiem foi a terminada por Süßmayr.

7-Suite orquestal número 3 en SOL mayor - BACH.

A peça original faz parte da Suíte nº 3 para orquestra, em Ré Maior, de Johann Sebastian Bach, BWV 1068, escrita para o Príncipe Leopoldo, entre 1717 e 1723.
8-AVE MARIA – SCHUBERT Andrea Bocelli

Franz Peter Schubert (31 de Janeiro de 1797 — Viena, 19 de Novembro de 1828) foi um compositor austríaco do fim da era clássica, com um estilo marcante, inovador e poético do romanticismo. A Ave Maria foi composta em 1825, quando ele tinha vinte anos. Ela foi escrita para voz e piano e publicado pela primeira vez em 1826 como Op. 52 n º 6. Franz Schubert, na verdade, originalmente escreveu a música para um trecho do poema "The Lady of the Lake" por Sir Walter Scott, que foi traduzido para o alemão por Adam Storck. Schubert chamou sua obra "Ellens Dritter Gesang". Neste trecho particular do poema, a heroína, Ellen Douglas, está na corrida e reza à Virgem Maria. Uma carta de Schubert para o pai e madrasta se refere à música de sua Ave Maria: "Minhas músicas novas da Dama do Lago, Scott, teve particular sucesso. Eles também quiseram saber muito sobre a minha devoção, eu expresso em um hino à Virgem Santíssima, que aparece, toma toda a alma e centra-se na devoção."
Alguns compositores nasceram para a música. Schubert era a música", ou "Diziam que dormia de óculos a fim de não perder tempo a procurá-los caso tivesse uma idéia à noite". Schubert tinha a religiosidade comparável à de Bach, embora não fosse devoto e praticante ortodoxo, mas sua Ave Maria é das mais inspiradas melodias já criadas.
Fonte: Taringa

9-Lago do Cisne-Tchaikovsky

O Lago dos Cisnes é um balé dramático, composto por Tchaikovsky, sob encomenda do Teatro Bolshoi em 1877, que conta a história do príncipe Siegfried, que se encanta pela princesa Odette, transformada em cisne por um mago. O feitiço que transformou ela e suas damas em cisnes lhes permite recuperarem a aparência humana à noite. A princesa só poderá ser libertada por um homem que a ame e Siegfried, louco de amor pela princesa das cisnes, jura que ele a quebrará o feitiço. Até os dias atuais é um dos mais belos e aclamados espetáculos do ballet clássico.
Sergei Diaghilev foi o fundador da companhia Ballets Russes e influenciou definitivamente o ballet do século XX. Introduziu o balé russo no ocidente em 1909, quando no primeiro semestre de 1909, promoveu com êxito absoluto uma temporada do Ballet Russo do Teatro Chatelet de Paris.

10-Handel - Xerxes - Ombra mai fu

O título, que se traduz do italiano como Nunca houve uma sombra, é a primeira ária da ópera. É cantada pelo personagem principal, Serse (ou "Xerxes"), em louvor da sombra de uma árvore como se senta debaixo dela. É comumente conhecido como Haendel "Largo". A ópera foi um fracasso comercial, com duração de apenas cinco apresentações em Londres, após sua estréia. No século 19, porém, a ária foi redescoberta e se tornou um best-Handel.
Fonte:Wikipédia

sábado, 13 de março de 2010

Glauco: um cartunista jandaiense!


Glauco sempre sentou na turma do fundão

Fiquei muito triste com a notícia da morte trágica do meu colega de turma do ginásio. Jandaia do Sul tem tradição de revelar filhos famosos – apresentador de televisão, miss Brasil, políticos, escritores, entre outros.
Glauco Villas Boas foi um dos que nos deram muito orgulho. Particularmente, fiquei muito triste por conhecê-lo e acompanhar seu trabalho. Ele pertencia à família dos sertanistas Orlando, Claudio e Leonardo Vilas Boas.O personagem mais marcante da carreira de Glauco foi Geraldão - descrito no site do cartunista como "um consumidor inveterado de uns 30 anos, solteiro que mora com a mãe - com quem tem uma relação neurótica- e continua virgem até hoje".
Leia a seguir trechos da entrevista que Glauco deu para o UOL, em 2001, em que falou sobre o início da vida de cartunista:

"Comecei a desenhar no segundo grau. Sempre desenhei na turma do fundão, que eu fui frequentador assíduo. Desenvolvi essa linguagem e vi que era uma ferramenta muito poderosa: o humor aliado com caricatura. Desde você fazer caricatura dos professores, de algum colega de classe...

Também tive contato com o pessoal do Pasquim. Conheci o Henfil, todos aqueles desenhistas, o Ziraldo. Aquilo foi me inspirando".
Quando me mudei para Ribeirão Preto, para prestar vestibular para Engenharia -por incrível que pareça, eu ia prestar vestibular para Engenharia. Não tem nada a ver comigo. Eu levei a sorte de na época o Hamilton Ribeiro, que é um grande jornalista, estar dirigindo o "Diário da Manhã", um jornal de Ribeirão Preto. Ele viu meu trabalho, gostou muito, e me contratou para fazer uma tira diária. Assim começou minha profissão.
Você pode ver muito do trabalho do artista em seu blog.
Conheça principal personagem do cartunista:


Fonte: Terra, Blog do Glauco.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher


Todo ano desenvolvo debates sobre o "Dia Internacional da Mulher". Na maioria das vezes, convido mulheres que se destacam na cidade pelo seu trabalho, na política ou que tenham experiências importantes a relatar aos alunos e professores.
Este ano, resolvi fazer uma inovação: convidei dois professores e três professoras para um debate diferente.
Cada um deverá levar uma cena de um filme que retrate um conflito em que envolva o tema.
Escolhi os filmes: "Do que as mulheres gostam" e "A guerra dos Rouses"
No primeiro vídeo “Do que as mulheres gostam”, farei os seguintes questionamentos:
1-Do que as mulheres gostam? É justamente a velha questão: Por que é tão difícil entender as mulheres?
Após as discussões meu objetivo é que todos percebam o que nós mulheres gostamos:
_ Um homem romântico a ponto de levar-lhe flores;
_ Puxar a cadeira do restaurante;
_ Observar e elogiá-la sempre;
_ Notar o novo corte de cabelo e elogiar;
_ Abrir a porta do carro;
_ Surpreender com programinhas legais( barzinhos, shows, churrascos, baladas, cineminha, jantares, etc.);
_ Gosta também de ir ao shopping e experimentar todas as 37 peças que a vendedora mostrou.
_ Toda mulher gosta que ligue, no dia seguinte, após um primeiro encontro, pois se o jovem não ligar, ela irá pensar que ele não gostou dela.
_ Discutir o relacionamento se este não estiver indo bem.
_ Ser compreendida, mas isto que geralmente é difícil, pois a mulher nunca diz tudo; o jovem tem que adivinhar o desejo dela;
( Estes são alguns itens que citarei no debate, lógico que outros surgirão)

2- No segundo vídeo “A guerra dos Rouses”, o personagem de Michael Douglas tem um pensamento que conduz a sua vida, dito a ele por seu pai quando ainda era um menino:
“Há quatro coisas que comunicam ao mundo que um homem é: sua casa, sua mulher, seu carro e seus sapatos”.
Talvez, esteja aí todo conflito que gera a guerra do casal e a negação do divórcio à esposa que já não o amava.
Porque ela odiava tanto o marido? Como não chegar a esta violência?
Imagino que as mulheres compreendem o ódio sentido por ela e o fato dele negar-lhe o divórcio e a separação dos bens, alegando ter adquirido tudo sozinho, pois e ela nem trabalhava vivendo à custa dele.
O filme quer mostrar de uma forma até irônica o machismo que ainda existe, do homem que vê a mulher como objeto, como mais uma coisa de sua posse, destaca muito bem a desvalorização da mulher que dedica uma vida para cuidar da casa e dos filhos. Mas a maior  lição vem da total falta de diálogo.
Hoje podemos perceber o conflito que ainda permanece, pelo menos no imaginário popular, em volta do ex casal, na premiação do Oscar de melhor filme, na noite de ontem.
 Com seis prêmios, "Guerra ao Terror" foi o grande vencedor. Além do prêmio de melhor filme, o trabalho de Kathryn Bigelow valeu a ela o primeiro prêmio de direção. "Avatar", de seu ex-marido, James Cameron, considerado um dos favoritos, ficou apenas com prêmios técnicos.

Obs.: Resta saber quais as cenas que os outros professores escolherão... Só fiquei sabendo o filme escolhido pela prof.ª Márcia,  minha irmã, "Assédio Sexual", que deve gerar um bom debate. Fico esperando que talvez alguém se lembre de "Juno", onde é muito  bem retratado o problema da gravidez  precoce.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A última fala pública de Monteiro Lobato


Estou trabalhando com o escritores pré-modernistas no 3º ano e sempre gosto de inovar os textos e a metodologia das aulas. Comecei pesquisar o que havia na internet sobre Monteiro Lobato, já que conheço quase tudo o que o escritor escreveu. Pode parecer mentira, mas leio-o desde os 10 anos, quando eu e minhas irmãs fomos presenteadas com a coleção infantil completa dele. Depois herdei do meu pai a coleção adulta , que é tão excelente quanto à infantil.
Venho todos os anos, trabalhando obras completas do autor, nunca repetindo a mesma obra, para que eu mesma não me canse das minhas aulas.
Este ano, fiquei em dúvida por onde iniciar. E tive uma grande surpresa: Achei uma relíquia no youtube. Uma entrevista que Monteiro Lobato  concede a Murilo Antunes Alves, da Rádio Record, sua última entrevista, em 1948. Dois dias após o bate-papo, o escritor vem a falecer, vitimado por um derrame. Foi a primeira vez que falou no rádio e, infelizmente, a única.
É indescritivel a emoção que senti ao ouvir a voz de um escritor que admiro tanto. Se me perguntassem o que mais me impressionou na sua fala, além da arrogância, " merecida", eu diria:
quando lhe foi perguntado, o que um jovem deve fazer para se tornar um  escritor? Ele deu uma excelente resposta: "Cresça e apareça". Com esta resposta ele não quis ironizar, apenas quis dizer que o jovem deve amadurecer primeiro, preparar-se bem e depois que tiver reais embasamentos, demonstrar sua sabedoria, escrevendo.
Espero que a turma goste dos vídeos e tirem algum proveito para as suas vidas.
Assista a última fala pública de Monteiro Lobato. São três vídeos, mas inesquecíveis. 





sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Chopin e seu bicentenário


Estudei piano cinco anos na minha adolescência.  Não tornei-me uma pianista, porque quando parei, vi que não tinha o perfil para tal dedicação, mas sempre admirei quem tem esta capacidade de interpretar o que os os nossos maiores compositores da época áurea, do século XIX produziram. Um deles  é Frédéric Chopin.
Tenho lido muito ultimamente sobre as comemorações do  seu bicentenário do nascimento (1810-1849).  O jornal Los Angeles Time estima em mais de 2000 eventos de primeiro nível sendo realizados durante todo o ano em cidades como Londres, Paris, Nova York, Roma, Buenos Aires, Tel Aviv, Miami, etc.
Quem sabe agora, com todas as apresentações que serão feitas os jovens conheçam e avaliem a qualidade da música clássica. 
Ouçam abaixo, o chinês Yundi Li,  interpretando o Noturno Nº 9 do compositor, uma das mais belas peças românticas de Chopin e aproveitem para pesquisar e conhecer mais sobre suas composições.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Jules Verne /Jim Tierney

O ilustrador e designer Jim Tierney projetou esta coleção do Julio Verne para sua tese na University of Arts e filmou para mostrar melhor o trabalho. O resultado é maravilhoso, dê uma olhada no vídeo para ver o projeto em detalhes. Se não fosse apenas um projeto, certamente iria querer tê-los em minha coleção. Muito criativo!

Jules Verne cover designs by Jim Tierney from Jim Tierney on Vimeo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Divã, por Marta Medeiros

Assisti ontem ao filme "Divã", baseado no livro homônimo de Martha Medeiros, com Lilia Cabral e José Mayer. Achei sensacional. Não esperava rir tanto em um filme nacional. Ri sem culpa, porque percebi que o filme enfoca temas do cotidiano como casamento, maternidade, solidão e paixão além de nos mostrar a superação.
O filme mostra muito bem que é preciso se amar e as coisas acontecem naturalmente, vale sempre dar chance à felicidade! Divã é leve, “descompromissado”, vibrante, reflexivo e acima de tudo divertido.
Ainda não tive a oportunidade de ler a obra, mas estou ansiosa. Estive pesquisando os melhores fragmentos na internet por quem leu a obra  e gostou, por isso fiquei ainda mais animada em adquirir o livro.

Fragmentos da obra:

“Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.

Tudo perda de tempo.

Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.

O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia “

"Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer coisa. Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas idéias minhas que não são muito abençoáveis."
 
"Um homem diz que você é linda, espetacular, a pessoa mais interessante que ele já conheceu e você, se tiver o miolo mole e vários anos de casada, acredita."
Cresça e divirta-se

Martha Medeiros
DIVÃ - Uma novela irônica, bem-humorada e sagaz sobre uma mulher que aos 40 anos decide fazer análise.
Cronista consagrada no sul do país, admirada por intelectuais e poetas, Martha Medeiros, que já vendeu 50 mil livros, combina irreverência e lirismo em textos curtos e contemporâneos. Autora de 11 livros, a autora faz sua estréia na ficção com DIVÃ. .
Algumas opiniões sobre o livro:

"(...) gosto demais do que a Martha escreve:toca em sentimentos sem ser sentimentalóide, é bem-humorada sem ser superficial, é irônica sem ser maldosa(...)" - Lya Luft

"(...)O sucesso que Martha Medeiros faz como cronista trazia o risco de ela esquecer que também é uma grande poeta. Mas não foi preciso fazer ameaças, organizar passeatas, nada disso. Ela mesma se encarregou de voltar à poesia com o lançamento de Cartas Extraviadas e Outros Poemas, que entre outras coisas diz: ‘aceito flores, beijos e anéis/a contragosto e em último caso, motéis/mas não me venha com suíte/que romantismo tem limite’." Luis Fernando Verissimo

"Brincando, brincando, o que Martha mais faz é poesia de amor. Tem mais ainda — é absolutamente compreensível, sobretudo pra quem compreende." Millôr Fernandes
Neste momento eu quero pedir…”Repica Renê, Repica!” ( Para entender esta frase tem que assistir ao filme...)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Glenn Gould: um pianista genial

 Ele adorava biscoitos de araruta, Barbra Streisand e animais. Ele detestava a luz solar, o palco e aviões. Gênio excêntrico, solitário, de cabeça forte, hipocondríaco, virtuoso ... todos descrevem Glenn Herbert Gould, um dos maiores pianistas do século 20. Gould nasceu em 25 de setembro de 1932 em Toronto. Sua morte repentina em 1982 aos 50 anos surpreendeu o mundo, mas a sua música e seu legado continua a inspirar, encantar e fascinar.
Talvez você nunca tenha ouvido falar de Glenn Gould, mas nunca é tarde para conhecer o que há de melhor em  interpretação musical.  Vinte e sete anos após sua morte, ainda ficamos impressionados com sua atualidade, CDs, documentário e livro reafirmam o legado do genial pianista canadense.
Ouça trechos de sua obra

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O processo de escrita de Clarice Lispector




“Tenho medo de escrever. É tão perigoso. Quem tentou, sabe. Perigo de mexer no que está oculto – e o mundo não está à tona,está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar. Para escrever tenho que me colocar no vazio. Nesse vazio terrivelmente perigoso: dele arranco sangue. Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras: as palavra que digo escondem outras – quais? Talvez as diga. Escrever é uma pedra lançada no poço fundo.” in Um Sopro de Vida
Livro (de férias) do momento: Um sopro de vida (pulsações) de Clarice Lispector. Foi o segundo livro da autora que li e agora releio. O primeiro foi a Hora da Estrela (clássico). Sua forma que parece simples de narração envolve o leitor e o faz refletir e questionar a cada frase do livro.
A partir desta leitura e de um post que li no Ocioso,  comecei a pesquisar o seu processo de escrita.

Lispector preferia escrever pela manhã, no entanto, quando estava criando, fazia anotações. Em entrevista ela  falou:
 “escrevo a qualquer hora do dia ou da noite, coisas que me vem... o que se chama inspiração. Agora quando eu estou no ato de concatenar as inspirações, eu sou obrigada a trabalhar diariamente”.

A escrita dela, por muitos chamada intimista, é um ato de com-paixão: pelo próximo, pela vida, pela escrita. Clarice resume seu próprio processo. Ao ser indagada sobre o porquê escrever, responde:


“(...) eu escrevo sem esperança que o que eu escreva altere qualquer coisa. Não altera em nada. (...) Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar, de um modo ou de outro” .
O processo de escrita de Clarice pode ser melhor analisado em seu livro "O Lustre". Quando ele foi lançado, Clarice estava no Brasil, onde passou um mês. De volta à Europa, transferiu-se para a Suiça, "um cemitério de sensações", segundo a escritora. Durante três anos, passou por dificuldades em relação à escrita e à vida pessoal. Em 46, tentou iniciar A Cidade Sitiada, livro que sairia em 49. Vendo-se impossibilitada de escrever, colecionava frases de Kafka, referentes a preguiça, impaciência e inspiração. Para Clarice, a vida em Berna é de miséria existencial. A Cidade Sitiada acaba sendo escrito na Suíça. Na crônica "Lembrança de uma fonte, de uma cidade", Clarice afirmou que, em Berna, sua vida foi salva por causa do nascimento do filho Pedro e por ter escrito um dos livros "menos gostado". Terminado o último capítulo, deu à luz. Nasceu então um complemento ao método de trabalho. Nesta época, ela escrevia com a máquina no colo, para cuidar do filho.
Vi no Ocioso, um post interessante sobre Clarice Lispector o qual fala da organização de “O lustre”, ela deixou as seguintes anotações:

Ler tirando o excesso de adjetivos brilhantes

Ler tirando as palavras modernas, as soluções modernas, as repetições que indicam processos fáceis.

Ler tirando tudo o que sinceramente não parecer bem.

Modificar frases excessivamente ricas.

Presente e imperfeito são os únicos tempos nobres de um romance.

Tirar os brinquedos, o tom falsamente inocente, tudo é sério.

Tirar os “como” das analogias; a coisa é o que simboliza. Não “Bonita como um lírio”, mas “Ela era um lírio”.

Fazer diálogos vazios e vulgares entre as pessoas.

Não fazer dos outros personagens uns bonecos: Surgem pouco mas dão impressão de vida e profundeza.

Espalhar a vulgaridade em várias cenas.

Lendo isso, temos uma mínima noção do método de Clarice para a escrita, ofício e talento com o qual foi obcecada e abençoada por toda a vida. Questiono-me sobre as possibilidades abertas pela escrita de Clarice, procurando por entre os escombros dos sentidos convencionais deixados pela prosa da escritora. Clarice rejeita as convenções de sentidos, buscando dar vida à entrelinha. Podemos a partir disso aprender com ela a melhorar nossa escrita.
Pesquisa:Ocioso