sábado, 19 de dezembro de 2009

A Pequena Vendedora de Fósforos, por Hans Christian Andersen


Essa história de natal é muito emocionante, triste mesmo. Eu não aguentaria lê-la para meus alunos. Conta como uma menina teve de sair de casa para vender fósforos com neve e muito frio. Faz lembrar-me do meu pai, pois fazia parte de uma coleção de histórias infantis que ele nos presenteou quando eu tinha apenas sete aninhos.


Hans Christian Andersen - A Pequena Vendedora de fÓsforos
fonte:Scribd

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A Christmas Carol: O espírito mais inspirado de natal



Boas festas para todos em qualquer altura do ano! O Natal só acontece uma vez por ano, triste verdade, pois se acontecesse todos os dias, este mundo seria bem diferente. Esta é a mensagem de Charles Dickens e do seu 'Conto de Natal'.

Estou no clima natalino, pois já faz um mês que decorei minha casa. Realmente posso dizer que sou aficionada por esta época. No ano passado fiz um post dos filmes que falavam de natal. Este ano irei postar alguns contos que já li e que me marcaram na infância e que ainda releio.
Começarei pelo clássico dos clássicos da literatura Inglesa, A Christmas Carol , de Charles Dickens, um dos contos mais adaptados no cinema e na TV. Talvez porque este livro seja muito mais do que uma história natalícia. As imagens que geralmente se associam a esta época — o Natal como sinônimo de reunião familiar — foram fixadas e transmitidas de geração para geração por estas páginas que Dickens escreveu em apenas seis semanas e com o objetivo de pagar suas dívidas. Publicado em 1843, no Reino Unido, esse livro é descrito por ele, como Um Livrinho de Natal, contendo várias ilustrações de John Leech, a história transformou-se imediatamente num sucesso, vendendo mais de seis mil cópias em uma semana (um número incrível para a época).

O seu conto "Canção de Natal" (que inspirou a criação do Tio Patinhas, personagem da Disney), é talvez a sua história mais conhecida. As adaptações são inúmeras, para quase todos os gêneros de comunicação: cinema, amimações, televisão, teatro, outras adaptações literárias, etc, criam um fenômeno de popularidade que transcende a obra original. Segundo alguns, esta história, patética, moralista e bem humorada, resume o verdadeiro significado do Natal, eclipsando todas as outras histórias de Dickens sobre o tema.
Só para exemplificar o poder de influência deste conto, Renato Aragão adaptou este livro em uma meia-dúzia de especiais de Natal.
O enredo nos traz a figura de Scrooge, um rabugento homem de negócios de Londres, sovina e solitário, que não demonstrava um pingo de bons sentimentos e compaixão para com os outros. Não deixa que ninguém rompa sua carapaça e preocupa-se apenas com seus lucros. Submetia os funcionários a condições de trabalho desumanas, expulsava pedintes e amaldiçoava seu bom sobrinho o pai do pequeno e adoentado Timmy e chefe de um núcleo familiar que não perdia a alegria de viver.
Aos desejos de feliz natal, Scrooge retrucava:
- "Bah, que bobagem! Que motivos você tem para estar feliz, sendo pobre desse jeito?".

São os conflitos modernos da vida real, de perda de valores ancestrais e familiares, e de degradação dos laços sociais, que Dickens resolve na literatura e, especificamente, em Um Conto de Natal , mas sem jamais manchar ,ofender ou criticar abertamente as instituições vitorianas. Tanto foi assim que famílias inteiras reuniam-se ao redor da mesa de jantar para acompanhar as peripécias dos personagens , cada vez que um periódico de jornal trazia um novo capítulo.
Dickens esteve entre os primeiros a detectar os males da sociedade moderna, e Scrooge, com sua ganância pelo lucro, é o seu símbolo maior para toda a crueldade do capitalismo selvagem.
Deste modo, onde ainda houver sentimentos de solidariedade para com os excluídos, amor às reuniões familiares, vontade de congregação entre as pessoas e estranheza frente às frias relações de comércio e trabalho, Um Conto de Natal continuará atual.


A Christmas Carol foi para os  cinemas novamente, neste ano. Nesta nova versão da Disney, o clássico natalino surge em imagens muito interessantes. O longa é dirigido por Robert Zemeckis

Pelo trailer dá para ter uma boa ideia do espetáculo que Zemeckis fez com a história de Dickens. Pelo menos, uma dúvida eu não tenho, nesta história o espírito de Natal costuma estar realmente inspirado


Mas antes de assistir ao filme leia o conto, clicando em View in fullscreen , na imagem logo abaixo:

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Livros: presentes perfeitos



Livros são presentes inteligentes, interessantes, e que acrescentam algo para quem o ganha. Eles têm o poder de mudar as pessoas e de enriquecer o conhecimento.
Lembro-me que em um dos meus aniversários meu pai chegou em casa com um presente para mim. Quando eu o abri, era um dos seus livros prediletos e que estava com ele já há uns 20 anos. Uma edição raríssima de " O crime e Castigo" de Fiódor Dostoiésvsky. Demorei um ano para lê-lo, mas foi o livro que mais me impressionou, porque Dostoievski está, a meu juízo, alguns degraus acima do que se produziu no século XIX. Se não leram ainda, leiam um dia este romance e juntamente com o personagem Raskolnikov, cometam um homicídio (de fato, dois) por razões até muito "justas". E percorram o calvário que conduz ao arrependimento e, infelizmente no caso do romance, à redenção. Posso afirmar até que: quem ler este livro nunca se tornará um criminoso.
Este ano já presenteei várias vezes meus familiares com livros. Não vou dizer que livros como presente agrade a todos, mas aqui em casa a febre é geral. Começou no aniversário da minha caçula em julho: pediu a avó  materna o livro "crepúsculo" e a tia  o " Lua Nova". Agora, na sua primeira comunhão comprei-lhe o clássico infantil "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry em uma versão em pop-up, com ilustrações que "saltam" do papel.

A minha filha mais velha também pediu livros como presente na aprovação da OAB. E eu estava namorando a nova edição de luxo para colecionadores da obra "Alice no País das Maravilhas", obra-prima de Lewis Carrol e acabei ganhando-o da minha filha de presente de aniversário.
Conheça a edição especial de " O Pequeno Príncipe", assistindo o vídeo:


E você? Que livros dará ou daria de natal? Deixe suas dicas nos comentários.
" Bendito quem semeia livros, Livros à mancheia, E manda o povo pensar! O livro caindo n'alma, É germe que faz palma, É chuva que faz o mar!”
Castro alves

sábado, 12 de dezembro de 2009

Neve, Vidro, Maçãs - por Neil Gaiman



“Branca de Neve, tranquila, olhava cobiçosamente para a linda maçã e, quando viu a camponesa mastigar a sua metade, não resistiu, estendeu a mão e pegou a parte envenenada. Apenas lhe deu a primeira dentada, caiu no chão, sem vida.” [Irmãos Grimm - A Branca de Neve e os Sete Anões]

E já que o assunto é Branca de Neve, postei hoje um conto muito interessante e até assombroso, com a adaptação nada infantil de Neil Gaiman. Repare na ilustração bem gótica da menina por ele retratada, tem tudo a ver com o conto. Li ontem, depois de ler umas indicações de bons contos. Fiquei um  pouco impressionada, mas temos que nos adaptar a todos estilos literários. Confessando mesmo: (fiquei horrorizada!!!!).

Neve, Vidro, Maçãs – Neil Gaima

Neve, vidros, maçã

Neil Gaiman é um dos maiores argumentistas das HQs modernas, um dos dez melhores escritores pós-modernos vivos. Criador da cultuada série Sandman, que fez de Neil o vencedor do "Will Eisner Industry Awards" como Melhor Escritor (1991, 1992, 1993 e 1994)
 Mais sobre o autor: LEIA AQUI

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Père Lachaise: O Cemitério das celebridades

O cemitério do Père-Lachaise é o maior cemitério de Paris e um dos mais famosos do mundo, tornado-se um dos  ponto turístico mais visitados da cidade. A fama é merecida. Enterradas entre as mais de 70 mil sepulturas estão personalidades como o roqueiro Jim Morrison (1943-1971), os escritores La Fontaine (1621-1695), Molière (1622-1673), Honoré de Balzac (1799-1850) e Oscar Wilde (1854-1900), o músico Frédéric Chopin (1810-1849), o espírita Allan Kardec (1804-1869) e Marcel Proust (1871-1922).
Algumas Celebridades:




La Fontaine (1621-1695)
Francês de origem burguesa, nascido na região de Champagne, foi autor de contos, poemas, máximas, mas com as fábulas ganhou notoriedade mundial, resgatando fábulas do grego Esopo (século VI a. C.) e do romano Fedro (século I d. C.).


Molière (1622-1673)

Gênio da literatura francesa e universal, foi um dramaturgo, além de ator e encenador, considerado um dos mestres da comédia satírica. Teve um papel de destaque na dramaturgia francesa, até então muito dependente da temática da mitologia grega, Molière usou suas obras para criticar os costumes da época.





Allan Kardec (1804-1869)
Antes de se tornar precursor do espiritismo, Hippolyte Léon Rivail era um grande intelectual e educador. Seu túmulo é em forma de dólmen - monumento que parece um grande portal de pedras - e está sempre repleto de flores e velas.






Oscar Wilde (1854-1900)
O escritor e dramaturgo irlandês, autor de O Retrato de Dorian Gray, teve um final de vida trágico. Em 1895, ele foi condenado a dois anos de prisão, acusado de sodomia. Após ser solto, viajou para Paris, onde morreu três anos depois. Seu túmulo tem um anjo que ostentava um grande membro. Dizem que o pênis da escultura foi roubado por um funcionário do cemitério, que o usava como peso para papel...É um dos túmulos mais visitados.


Frédéric Chopin (1810-1849)
O maior compositor do romantismo - cujo nome de batismo era Fryderyk Franciszek Szopen - nasceu na Polônia e se mudou para Paris em 1830. Chopin sofria de tuberculose e morreu muito jovem, aos 39 anos. Em seu túmulo, a escultura de uma jovem musa lamenta o destino do compositor.




Abelardo e Heloísa (1079-1142) (1101-1164)
O túmulo do casal, protagonista de uma famosa história de amor medieval, foi transferido para o Père Lachaise em 1817. Abelardo era um padre e filósofo que foi contratado pelo tutor da jovem Heloísa para educá-la. Entre um texto e outro, os dois se apaixonaram e tiveram um filho. O tutor não gostou e mandou castrar Abelardo. O casal só se uniu novamente após a morte de Heloísa, que foi enterrada ao lado do amado.



Jim Morrison (1943-1971)
Jim Morrison, líder do Doors, banda americana de rock dos anos 60, foi encontrado morto na banheira de seu apartamento em Paris e foi enterrado nessa cidade mesmo. Seu túmulo virou local de peregrinação: estima-se que 1 milhão de pessoas passem por ele a cada ano.




Édith Piaf

Nasceu em Paris, França no dia 19 de dezembro de 1915 e faleceu em Grasse, França no dia 10 de outubro de 1963. Foi uma cantora francesa de música de salão e variedades, mas foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson. Seu canto expressava claramente sua trágica história de vida.


Não é à toa que este é um dos mais visitados pontos turísticos de Paris. O que mais me impressionou foi o túmulo de Oscar Wilde, porque além de ser um dos mais visitados está cheio de marcas de beijos.
Aliás, o turismo cemiterial está presente em várias capitais do mundo, e este é um dos lugares que nunca lembramos de visitar. Aqui mesmo, no Brasil temos belos cemitérios, com monumentos tumulares, e mausoléus  que além de belos tem muita história para contar. Basta deixar o preconceito de lado e render-se à beleza dessas galerias de arte a céu aberto.

Uma dica legal: É  interessante observar os epitáfios,  frases escritas sobre os túmulos,  que constituem elogios fúnebres e aparecem em prosa ou em verso (geralmente, quadra). Referem-se ao amor, à saudade, à esperança, ao consolo, à tristeza ou à revolta.
Fonte: Mundo estranho Fotos: Ezerberus

sábado, 5 de dezembro de 2009

O Curioso caso de Benjamim Button, por F. Scott Fitzgerald


Um dos segredos para se escrever e falar bem é ler bastante. E para quem não é acostumado a ler, começar por contos é uma ótima maneira de iniciar no mundo da leitura. Este conto de 1920,  que postei hoje é do escritor americano F. Scott Fitzgerald, de clássicos como “O Grande Gatsby”, o mesmo teve como premissa inspiradora ao seu conto a famosa frase de Mark Twain: “A vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos nascer aos 80 anos e gradualmente chegar aos 18″.  Há também o filme com o mesmo nome, lançado em 2008.
Pra mim, o tema do conto fala  sobre tanta coisa… Sobre como é difícil aceitar o mundo se não aceitamos a nós mesmos. Ou sobre como desejamos tanto uma coisa e essa coisa só acontece no momento certo. E sobre como a vida toma rumos inesperados que chegam a nos desesperar, mas como no fim percebemos que tudo aconteceu exatamente como deveria. Ainda, sobre como tantas pessoas passam por nossa história para nos ensinar pequenas grandes coisas. Sobre como cada um tem um talento único. Mais: como algo tão inverossímel pode parecer algo tão comum e rotineiro – porque, afinal, “tudo pode acontecer”. Como nunca pensamos que cada ação de nossa vida desencadeia outras ações, o que faz de cada vida uma coisa única e especial. Leiam e tirem também suas conclusões.
Não se assustem com o tamanho do arquivo, pois as páginas são pequeninas. Leiam, o conto é excelente! Para ampliar a imagem, clique no livrinho.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Alice no país das maravilhas do século XXI



Em uma época em que a geração denominada por sociólogos e antropólogos de "Geração Y", com características muito diferentes daqueles jovens do século XIX,  Tim Burton resolve dirigir sua mais  "nova"  badalada produção: Alice no país das Maravilhas, baseada na história infantil de Lewis Carroll e uma das mais célebres do gênero literário, sendo considerada obra clássica da literatura inglesa e uma das obras que tiveram mais adaptações na história do cinema, TV e teatro.


Particularmente, sou apaixonada pelas produções de Tim Burton. São simplesmente fantásticas as histórias encantadas contadas em seus filmes. Exemplo disso pode ser visto em sua primeira curta-metragem Vincent, com o personagem principal baseado no ator Vincent Price. Seu apego ao horror com sua habilidade para a comédia Burton conciliou em "Os Fantasmas se Divertem" também trabalhou em Batman, que mais tarde teria a continuação Batman - O Retorno, seu projeto pessoal intitulado Edward Mãos de Tesoura e o filme A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça.
Mais tarde, Burton voltaria a animação stop-motion com A Noiva Cadáver e  regravou um clássico dos anos 60, A Fantástica Fábrica de Chocolate.
Em "Alice no país das maravilhas", o livro conta a história de uma menina chamada Alice que cai em uma toca de coelho e vai parar num lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e antropomórficas.

Essa obra foi fundadora de um novo jeito de história, o surrealismo, e tem uma enorme importância literária, sendo uma história aparentemente infantil, porém com uma mensagem subliminar que poucos conseguem compreender. Inclusive, há muita polêmica em sua interpetação: uns dizem que é simplesmente uma história infantil que o professor de matemática Lewis Carroll, contava a sua filha, outros dizem que é uma crítica social da época em que viveu, procurando assim uma fuga da realidade e até dizem que há menção ao uso de drogas pelo autor e referências subliminares na obra. Uma das interpretações diz que a história representa a adolescência. Também é possível dizer que a obra faz referências a questões de lógica e à matemática, matéria que Carroll lecionava.
Aparentemente destinado ao público infantil, seus contos, na verdade ocultam questionamentos de toda espécie: lógicos ou semânticos, problemas psicológicos de identidade e até políticos, tudo sob capa de aventuras fantásticas.Carroll também faz alusões a poemas da era vitoriana e a alguns de seus conhecidos, o que torna a obra mais difícil de ser compreendida por leitores contemporâneos.
É um conto que marcou a infância de muitos de nós.  O filme tem previsão para estrear dia 5 março de  2010. Esse filme vale a pena assistir no cinema.
"Comece pelo começo, siga até chegar ao fim e então, pare". – Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas


sábado, 28 de novembro de 2009

Epígrafes da saga "Crepúsculo"


Assisti ao filme "Lua Nova", domingo. Fiquei impressionada em como esta obra conseguiu atingir uma fatia de leitores que estava esquecida: os (as) adolescentes. Durante o filme elas gritavam, e sabiam cena a cena o que estava por vir, pois já haviam lido a obra.
No colégio onde eu trabalho solicitei ao diretor a aquisição da saga completa. Ele prontamente comprou-os e os alunos fazem listas para leitura e comentam entusiasmados o enredo, descrição dos personagens, os filmes baseados na obra e a trilha sonora que eu também adoro.
O que mais chamou minha atenção foram as epígrafes que a autora escolheu para cada obra. Elas dão pistas da sua temática e em alguns percebemos as  obras clássicas que influenciaram a autora.

A epígrafe do Crepúsculo provém do primeiro livro da Bíblia – Gênesis(o Livro das Origens) 2:17.
“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, tu não poderás comer dela: no dia em que tu comeres tu poderás certamente morrer. ”
Por isso a maçã na capa. Diz a autora que também foi influenciada pela obra de Jane Austin: "Orgulho e Preconceito", um pouco da personalidade de Mr. Darcy em Edward e Elizabeth Bennett em Bella

Em Lua Nova, ela selecionou excertos de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, Ato II, Cena VI.

“Estas alegrias violentas têm fins violentos
Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora
Que num beijo se consomem.”
Há várias passagens na obra que sugerem a influência de Romeu e Julieta de Shakespeare. Assistiram o vídeo no dia do aniversário de Bella.

No Eclipse temos a reprodução do poema “Fogo e Gelo”, de Robert Frost:

 Fire and Ice

SOME say the world will end in fire,
Some say in ice.
From what I’ve tasted of desire
I hold with those who favor fire.
But if it had to perish twice, 5
I think I know enough of hate
To know that for destruction ice
Is also great
And would suffice.

Robert Frost (1874–1963). Miscellaneous Poems to 1920. 1920

Também há influência de de Emily Brontë: "O Morro dos Ventos Uivantes". A relação amor além da morte, muito forte nas duas obras. Bella gostava tanto de ler esta obra que Edward acabou lendo o livro enquanto ela dormia.

Por último, no "Amanhecer", a  epígrafe escolhida foi   uma citação da poeta americana, Edna St. Vincent Millay como sua epígrafe:
 “A infância não é do nascimento até uma certa idade e em uma certa idade. A criança é crescida, e coloca fora coisas infantis. A infância é o reino onde ninguém morre.”
Toda esta dialogia é muito positiva, pois muitos jovens já estão a caça das obras citadas pela autora e isto para nós, professores de Literatura, é um forte aliado para nossas aulas.
E você já conhece estas obras famosíssimas da literatura clássica citadas pela autora na saga de  Stephenie Meyer ?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Luís Gama: O precursor da Consciência Negra


Uma prateleira da minha biblioteca está reservada para os poetas brasileiros. Não são muitos, e os que não pretendo reler estão atrás. Às vezes, de acordo com meu estado de espírito, mudam de lugar. Há alguns que já mudaram várias vezes. Este volume do qual venho tratar aqui e que considero muito, entrou hoje na fileira da frente ( preciso comprar outra estante) espero que continue lá até, o dia de passar para os meus filhos como fez meu pai e minha mãe, que o deixaram para mim. A obra referida é: Primeiras Trovas Burlescas e Outros Poemas de Luís Gama

Hoje, no dia 20 de novembro, abri o volume e lendo alguns poemas pensei em fazer uma pesquisa sobre ele. São muitas informações, mas o mais interessante é destacar que na literatura de consciência negra no Brasil a primeira figura de importância é dele, uma posição igualmente única em nossa literatura, a posição, aliás insuficientemente reconhecida, de ser o nosso primeiro (no sentido da grandeza) e mais alto poeta satírico, mesmo vivendo entre os românticos seu trabalho se distingue em estilo e criticidade. Um exemplo está no poema: "Meus Amores", inserido nas Primeiras Trovas Burlescas a partir da terceira edição (1904), que Luís Gama define claramente um tipo de beleza absolutamente em contradição aos cânones românticos:

Meus amores são lindos, cor da noite
Recamada de estrelas rutilantes;
Tão formosa creoula, ou Tétis negra,
Tem por olhos dois astros cintilantes.

Em rubentes granadas embutidas
Tem por dentes as pérolas mimosas,
Gotas de orvalho que o universo gela
Nas breves pétalas de carmínea rosa.

Os braços torneados que alucinam,
Quando os move perluxa com langor.
A boca é roxo lírio abrindo a medo,
Dos lábios se destila o pato olor.

O colo de veludo Vênus bela
Trocara pelo seu, de inveja morta;
Da cintura nos quebros há luxúria L
Que a filha de Cineras não suporta.

A cabeça envolvida em núbia trunfa,
Os seios são dois globos a saltar;
A voz traduz lascívia que arrebata,
- E coisa de sentir, não de contar.

Quando a brisa veloz, por entre anáguas
Espaneja as cambraias escondidas,
Deixando ver aos olhos cobiçosos
As lisas pernas de ébano luzidias (...)

Pelo exemplo acima podemos notar que ele é o único de nossos intelectuais a tomar uma atitude de equilíbrio, ao afirmar a participação negra, pelo uso de uma estética que privilegia o elemento negro, e pela inserção em sua poesia de um significante acervo do léxico afro-brasileiro.

Quase todos os biógrafos preferem descrevê-lo apenas como homem de caráter muito "bondoso", vitimado pelo pai que o vendeu aos 10 anos de idade, e dedicado a uma luta humanitária em prol de outros escravos.
O esquecimento de Luís Gama deve-se, em grande parte, a dois fatores fundamentais que regem a interpretação da História do Brasil:
1.  A oficialização de um grupo de abolicionistas brancos ("13 de maio") como únicos responsáveis pelo movimento e consequente desconhecimento do esforço negro ("Zumbi") na Abolição;
2. Literariamente, a preocupação arianizante que privilegia uma ideologia indianista como formadora da identidade brasileira, em detrimento da aceitação de uma contribuição negra.
Além de fundador do Centro Abolicionista de São Paulo, Luís Gama foi um dos primeiros republicanos brasileiros. Em 1869, com anterioridade ao famoso Manifesto Republicano de 1870, já defendia "o Brasil americano e as terras do Cruzeiro sem rei e sem escravos", numa clara percepção de que o império era o sustentáculo institucional da escravatura. Quando o Partido Republicano se recusa a manifestar-se em favor da abolição completa, imediata e incondicional dos escravos em 1873, Luís Gama desliga-se dele.
Mais do que "precursor" do Abolicionismo, Luís Gama é seu verdadeiro fundador.

Esta posição original e crítica é que faz de Luís Gama uma das poucas grandes vozes do século XIX brasileiro: original, por saber abrir o caminho para uma aceitação nacional da diferença e diversidade brasileira; crítica por não deixar-se enganar pela "pepineira" geral que o circundava.

Pesquisa baseada no artigo: LUÍS GAMA E A CONSCIÊNCIA NEGRA NA LITERATURA BRASILEIRA por Heitor Martins

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Heitor Villa-Lobos: A antropofagia musical



Na semana do cinquentenário da morte de Heitor Villa-Lobos, as homenagens ao maestro se espalham pelos teatros e salas musicais.  Compositor e maestro muito respeitado e reconhecido como sendo um dos mais autênticos e criativos artistas do século 20. Descreveu e revelou musicalmente a beleza e grandeza do Brasil e dos brasileiros, usando em suas composições elementos que enalteciam o espírito nacionalista, inspirando-se nas canções folclóricas, populares e indígenas. Autor de melodias que se tornaram muito populares, como a Ária das "Bachianas Brasileiras nº 5" e o Trenzinho do Caipira - que é o movimento final das "Bachianas Brasileiras nº 2".

" Erza Pound disse que um escritor (isto se aplica também ao compositor) se divide em três categorias: 1 aquele que inventa e portanto muda a história, 2 aquele que é um mestre e consegue captar com maestria e até melhor as ideias daquele que inventou 3. Aquele que copia. Parece que Villa Lobos foi um misto de tudo isto. Difícil de catalogar, ele extrapola 'rubricas'."
Ao celebrarmos esses 50 anos de sua morte devemos, sobretudo, voltar nossa atenção não só ao compositor brasileiro Villa-Lobos, mas também aos compositores nacionais vivos, responsáveis pelo presente e futuro da música brasileira, desenvolvendo uma política cultural com o objetivo de disseminar a riqueza da arte brasileira.