sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O PRÍNCIPE, por MAQUIAVEL ( Com análise de NAPOLEÃO BONAPARTE)


É MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU ANTES TEMIDO QUE AMADO
“Cada príncipe deve desejar ser tido como piedoso e não como cruel: não obstante isso, deve ter o cuidado de não usar mal essa piedade. César Bórgia1 era considerado cruel; entretanto, essa sua crueldade tinha recuperado a Romanha, logrando uní-la e pô-la em paz e gerando confiança.2 O que, se bem considerado for, mostrará ter sido ele muito mais piedoso do que o povo florentino, o qual, para fugir à pecha de cruel, deixou que Pistóia fosse destruída. Um príncipe não deve, pois, temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais3, pois que, com mui poucos exemplos, ele será mais piedoso do que aqueles que, por excessiva piedade, deixam acontecer as desordens das quais resultam assassínios ou rapinagens: porque estes costumam prejudicar a comunidade inteira, enquanto aquelas execuções que emanam do príncipe atingem apenas um indivíduo. E, dentre todos os príncipes, é ao novo que se torna impossível fugir à pecha de cruel, visto serem os Estados novos cheios de perigos
O príncipe, contudo, deve ser lento no crer e no agir, não se alarmar por si mesmo e proceder por forma equilibrada, com prudência e humanidade, buscando evitar que a excessiva confiança o torne incauto e a demasiada desconfiança o faça intolerável.4
Nasce daí uma questão: se é melhor ser amado5 que temido ou o contrário. A resposta é de que seria necessário ser uma coisa e outra; mas, como é difícil reuni-las, em tendo que faltar uma das duas é muito mais seguro ser temido do que amado.6 Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho7; e, enquanto lhes fizeres bem, são todos teus, oferecem-te o próprio sangue, os bens, a vida, os filhos,8 desde que, como se disse acima, a necessidade esteja longe de ti; quando esta se avizinha, porém, revoltam-se. E o príncipe que confiou inteiramente em suas palavras, encontrando-se destituído de outros meios de defesa, está perdido: as amizades que se adquirem por dinheiro, e não pela grandeza e nobreza de alma9, são compradas, mas com elas não se pode contar e, no momento oportuno, não se torna possível utilizá-las. E os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer, posto que a amizade é mantida por um vínculo de obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que nunca falha.10
Deve o príncipe, não obstante, fazer-se temer de forma que, se não conquistar o amor, fuja ao ódio, 11 mesmo porque podem muito bem coexistir o ser temido e o não ser odiado: isso conseguirá sempre que se abstenha de tomar os bens e as mulheres12 de seus cidadãos e de seus súditos e, em se lhe tornando necessário derramar o sangue de alguém, faça-o quando existir conveniente justificativa e causa manifesta.13 Deve, sobretudo, abster-se dos bens alheios, posto que os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio.14 Além disso, nunca faltam motivos para justificar as expropriações, e aquele que começa a viver de rapinagem sempre encontra razões para apossar-se dos bens alheios, ao passo que as razões para o derramamento de sangue são mais raras e esgotam-se mais depressa [...].
Concluo, pois, voltando à questão de ser temido e amado, que um príncipe sábio, amando os homens como a eles agrada e sendo por eles temido como deseja, deve apoiar-se naquilo que é seu e não no que é dos outros; deve apenas empenhar-se em fugir ao ódio, como foi dito". 15

Análise de Napoleão Bonaparte :

1- Continuem clamando por este Bórgia era um monstro, do qual convém desviar os olhos. Continuem, para que eles não aprendam com ele aquilo que estragaria meus planos.
2- É o que ocorre quando se atinge, com grandes pretensões, a glória da clemência.
3- Esquiva-te de falar disso. Contudo, eles não parecem dispostos a te compreender.
4- Convém a mim que todos fiquem ofendidos, mesmo que só devido à impunidade de alguns.
5- Para mim isto não é problema.
6-Preciso de apenas de uma delas.
7- Os que disserem que todos os homens são bons visavam a enganar os príncipes.
8- Conta com isso.
9- Precisa, porém, saber no que consiste no príncipe de um Estado tão difícil de dirigir.
10- O castigo precisa ser imediato.
11- Isto é muito difícil.
12- Isto já é restringir demais as prerrogativas do príncipe.
13- Quando há razões, reis, forja-mo-las.
14- Única pérfida decepção que sua carta me deu.
15- Que glória extravagante!

O PRÍNCIPE MAQUIAVEL ( Com análise de NAPOLEÃO BONAPARTE)

É MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU ANTES TEMIDO QUE AMADO
“Cada príncipe deve desejar ser tido como piedoso e não como cruel: não obstante isso, deve ter o cuidado de não usar mal essa piedade. César Bórgia1 era considerado cruel; entretanto, essa sua crueldade tinha recuperado a Romanha, logrando uní-la e pô-la em paz e gerando confiança.2 O que, se bem considerado for, mostrará ter sido ele muito mais piedoso do que o povo florentino, o qual, para fugir à pecha de cruel, deixou que Pistóia fosse destruída. Um príncipe não deve, pois, temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais3, pois que, com mui poucos exemplos, ele será mais piedoso do que aqueles que, por excessiva piedade, deixam acontecer as desordens das quais resultam assassínios ou rapinagens: porque estes costumam prejudicar a comunidade inteira, enquanto aquelas execuções que emanam do príncipe atingem apenas um indivíduo. E, dentre todos os príncipes, é ao novo que se torna impossível fugir à pecha de cruel, visto serem os Estados novos cheios de perigos
O príncipe, contudo, deve ser lento no crer e no agir, não se alarmar por si mesmo e proceder por forma equilibrada, com prudência e humanidade, buscando evitar que a excessiva confiança o torne incauto e a demasiada desconfiança o faça intolerável.4
Nasce daí uma questão: se é melhor ser amado5 que temido ou o contrário. A resposta é de que seria necessário ser uma coisa e outra; mas, como é difícil reuni-las, em tendo que faltar uma das duas é muito mais seguro ser temido do que amado.6 Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho7; e, enquanto lhes fizeres bem, são todos teus, oferecem-te o próprio sangue, os bens, a vida, os filhos,8 desde que, como se disse acima, a necessidade esteja longe de ti; quando esta se avizinha, porém, revoltam-se. E o príncipe que confiou inteiramente em suas palavras, encontrando-se destituído de outros meios de defesa, está perdido: as amizades que se adquirem por dinheiro, e não pela grandeza e nobreza de alma9, são compradas, mas com elas não se pode contar e, no momento oportuno, não se torna possível utilizá-las. E os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer, posto que a amizade é mantida por um vínculo de obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que nunca falha.10
Deve o príncipe, não obstante, fazer-se temer de forma que, se não conquistar o amor, fuja ao ódio, 11 mesmo porque podem muito bem coexistir o ser temido e o não ser odiado: isso conseguirá sempre que se abstenha de tomar os bens e as mulheres12 de seus cidadãos e de seus súditos e, em se lhe tornando necessário derramar o sangue de alguém, faça-o quando existir conveniente justificativa e causa manifesta.13 Deve, sobretudo, abster-se dos bens alheios, posto que os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio.14 Além disso, nunca faltam motivos para justificar as expropriações, e aquele que começa a viver de rapinagem sempre encontra razões para apossar-se dos bens alheios, ao passo que as razões para o derramamento de sangue são mais raras e esgotam-se mais depressa [...].
Concluo, pois, voltando à questão de ser temido e amado, que um príncipe sábio, amando os homens como a eles agrada e sendo por eles temido como deseja, deve apoiar-se naquilo que é seu e não no que é dos outros; deve apenas empenhar-se em fugir ao ódio, como foi dito. 15
Análise de Napoleão Bonaparte
1- Continuem clamando por este Bórgia era um monstro, do qual convém desviar os olhos. Continuem, para que eles não aprendam com ele aquilo que estragaria meus planos.
2- É o que ocorre quando se atinge, com grandes pretensões, a glória da clemência.
3- Esquiva-te de falar disso. Contudo, eles não parecem dispostos a te compreender.
4- Convém a mim que todos fiquem ofendidos, mesmo que só devido à impunidade de alguns.
5- Para mim isto não é problema.
6-Preciso de apenas de ma delas.
7- Os que disserem que todos os homens são bons visavam a enganar os príncipes.
8- Conta com isso.
9- Precisa, porém, saber no que consiste no príncipe de um Estado tão difícil de dirigir.
10- O castigo precisa ser imediato.
11- Isto é muito difícil.
12- Isto já é restringir demais as prerrogativas do príncipe.
13- Quando há razões, reis, forja-mo-las.
14- Única pérfida decepção que sua carta me deu.
15- Que glória extravagante!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Smart kids


Várias escolas estão usando o site SMART KIDS, para a garotada que não pára de crescer.Lá, pais e educadores podem encontrar jogos educativos, passatempos, desenhos para colorir, histórias em quadrinhos, papéis de parede e curiosidades. Os professores também têm um canal específico onde encontram muito conteúdo. Há também um espaço para “Livros Incríveis” que traz dicas de livros infantis. Para acessar clique no link:

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sociedade do automóvel

Documentário sobre a cultura do automóvel
11 milhões de pessoas, quase 6 milhões de automóveis; um acidente a cada 3 minutos; uma pessoa morta a cada 6 horas; 8 vítimas fatais da poluição por dia.

No lugar da praça, o shopping center; no lugar da calçada, a avenida; no lugar do parque, o estacionamento; em vez de vozes, motores e buzinas.

Trabalhar para dirigir, dirigir para trabalhar: compre um carro, liberte-se do transporte público ruim. Aquilo que é público é de ninguém, ou daqueles que não podem pagar.

Vidros escuros e fechados evitam o contato humano. Tédio, raiva angústia e solidão na cidade que não pode parar, mas não consegue sair do lugar.
Compacto do documentário produzido por Branca Nunes e Thiago Benicchio.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

101 MOMENTOS DO ENTRETENIMENTO MAIS INCRÍVEIS

O CANAL E! está com uma programação esta semana em que foi selecionado os 101 momentos mais incríveis do entretenimento. Selecionei entre os 20 de hoje,esta campanha, que foi realizada pelos mais famosos artistas da década de 80. O evento arrecadou aproximadamente 60 milhões de dólares, os quais foram doados integralmente para o combate à fome na África. A cada dia são apresentados 20 momentos. Acompanhe todos os dias desta semana às 18:horas.
Assista o vídeo: "We Are the World".

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

CRÔNICA

Trabalhar com crônicas é, ao meu ver,fazer com que o aluno perceba os olhos do escritor para as cenas cotidianas de nossa vida. Fazê-los observar o que acontece em seu redor, sua casa, seus amigos.
Quero que eles agucem seus sentidos para a vida e que percebam que a vida é feita dos pequenos momentos, das pequenas belezas, das horas e dos dias.. No trabalho com crônicas, procuro mostrar que não é bem assim, que o muito grande pode estar numa fração bem pequena na nossa existência, que basta observarmos e prestarmos atenção nas coisas dos nossos dias e noites, nas pessoas que nos rodeiam, nas conversas que escutamos, que temos matéria de sobra para o escrever. Matéria essa muito mais interessante, e verdadeira, do que aquelas ditas grandes ou sensacionais. Após ler uma crônica ( Fernando Sabino ou Luís Fernando Veríssimo são expoentes nesta modalidade), explico que antes de estar nos livros elas foram editadas em jornais ou revistas.
Pois bem, a lição de casa será muito simples:
- observar.
- Como assim?
- Observar, prestar bastante atenção em alguma coisa. Qualquer coisa. Pode ser uma pessoa, um lugar, um sentimento, um diálogo, um jeito da pessoa se mexer e falar, o que vocês quiserem. Tem que prestar muita atenção mesmo, e trazer essa observação para a sala de aula.
Também poderá assistir a este vídeo lindo e a partir da observação minuciosa produzir sua crônica.
Indico a obra de Luís Fernando Veríssimo "As Mentiras que os Homens Contam".

Crônica completa: “O Homem NU”, por Fernando Sabino
http://www.releituras.com/fsabino_homemnu.asp
Israel Kamakawiwo'ole- Somewhere Over The Rainbow



domingo, 17 de fevereiro de 2008

Campus Party Brasil

Chega ao fim o primeiro Campus Party Brasil, em São Paulo. Foram sete dias de compartilhamento de ensino-aprendizagem digital. Marcelo Branco, Diretor do evento, comenta no vídeo a importância do projeto e sua finalidade. A idéia de que tudo que há na internet deva ser compartilhado, não devemos ser egoístas. Muitas pessoas reuniram-se de vários lugares do Brasil e do mundo, pelo interesse em trocar idéias e conhecimentos. O principal tema do encontro é a inclusão digital.Outro tema do campus são os blogs, como uma alternativa aos grandes meios de comunicação, sendo os blogueiros o outro lado das notícias. Marcelo diz que o conhecimento deve ser repartido, livre,compartilhado, deve ser um código aberto, gratuito, com uma preocupação social muito intensa. O conhecimento não deve ser algo patenteado. O próximo encontro será na Colômbia.

Corpo de Mulher -Pablo Neruda


Corpo de mulher,
brancas colinas,
coxas brancas,
assemelhas-te ao mundo no teu jeito de entrega.
O meu corpo de lavrador selvagem escava em ti
e faz saltar o filho do mais fundo da terra.
Fui só como um túnel.
De mim fugiam os pássaros,
e em mim a noite forçava a sua invasão poderosa.
Para sobreviver forjei-te como uma arma,
como uma flecha no meu arco,
como uma pedra na minha funda.
Mas desce a hora da vingança,
e eu amo-te.
Corpo de pele, de musgo,
de leite ávido e firme.
Ah, os copos do peito!
Ah, os olhos de ausência!
Ah, as rosas do púbis!
Ah, a tua voz lenta e triste!
Corpo de mulher minha, persistirei na tua graça.
Minha sede,
minha ânsia sem limite,
meu caminho indeciso!
Escuros regos onde a sede eterna continua,
e a fadiga continua,
e a dor infinita.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

CAPITÃES DA AREIA


"...e foi desta época que a cidade começou a ouvir falar nos Capitães da Areia, crianças abandonadas que viviam do furto. Nunca ninguém soube o número exato de meninos que assim viviam. Eram bem uns cem e destes mais de quarenta dormiam nas ruínas do velho trapiche. Vestidos de farrapos, sujos, semi-esfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas."

"Os Capitães da Areia", de Jorge Amado, é um livro belíssimo, sobre os miúdos "pé-descalço" abandonados à sua sorte, pelas ruas de Salvador da Bahia, nos anos 30. Um retrato social incrível, que chamava à atenção para a realidade repetida por esse Brasil afora, de pobreza e exclusão social. Pela perigosa revelação, foi apreendido e queimado em praça pública, a quando da primeira edição (1937), pelas autoridades do Estado Novo (o deles...), no início da ditadura de Getúlio Vargas. É ainda, a encantadora história de amor de Dora e Pedro Bala. Para mim, é um livro fascinante. É também o livro de Jorge Amado mais vendido em todo o mundo, além da edição portuguesa, foram feitas traduções para o alemão, árabe, croata, espanhol, francês, grego, húngaro, inglês, italiano, japonês, libanês, norueguês, russo, tcheco e ucraniano. Adaptado ao cinema, ao teatro, à dança e à televisão.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

MOMENTO DE LEITURA LIGHT


Ler no banheiro. Um hábito cultural.Isso se passa de pais para filhos.