
Esse blog é um espaço para compartilhar música,imagens pesquisa, cinema, leituras com aqueles que se interessam por essas questões. É também um espaço de lazer e diversão.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
quinta-feira, 10 de julho de 2008
O CORONEL E O LOBISOMEM

Confesso que ainda não tinha lido o livro até ver o lançamento do filme estrelado por Diogo Vilela, Selton Mello, Pedro Paulo Rangel e Ana Paula Arósio. Quando assisti ao filme pela TV fiquei bastante curiosa em ler o livro. Coronel Ponciano é um personagem extremamente peculiar, reflexo de um período de transição entre uma república baseada nos mandos e desmandos de um pequeno número de pessoas bem relacionadas, munidas de patentes militares e moradoras do interior, e do grande processo de urbanização ocorrido no século XX. A descrição do próprio personagem principal já nos mostra a preocupação do autor em satirizar esse sistema. Ponciano de Azeredo Furtado, é a matriz de vários personagens que surgiram após o lançamento do livro, como o invencioneiro Pantaleão, criado pelo gênio do meu conterrâneo, Chico Anysio.Mistura de valentão com froxo, casa nova e quasímodo (não pela beleza, mas pelo sucesso para com as mulheres), experiência no trato com as pessoas e ingenuidade completa no inverso, fazem desse um dos melhores personagens da literatura nacional no século XX. O autor José Cândido de Carvalho, resume em Ponciano “um personagem que corporifica em seus quase dois metros de inútil valentia o heróico e patético dos últimos senhores rurais da região canavieira do norte fluminense, destronados pelo incoercível processo de urbanização da sociedade brasileira”. José Cândido também mistura nos discursos de Ponciano, expressões de inspiração militar e jurídica com expressões tiradas de dentro dos currais e das plantações. Um mistura do popular e do acadêmico, gerando todo um “palavreado” novo dentro dessa história. E o Lobisomem do título, onde se encaixa nisso tudo? No livro ele é apenas mais um dos muitos casos contados e enfrentados pelo Coronel, sem nenhum destaque maior. O Coronel e Lobisomem de José Cândido de Carvalho é um livro imperdível para os amantes da nossa excelente literatura.
Carvalho, José Cândido. O Coronel e o Lobisomem. Rocco, 2000.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Você adora a trilogia Matrix?

Veja o que Baudrillard disse de Matrix: — É uma produção divertida, repleta de efeitos especiais, só que muito metafórica. Os irmãos Wachowski são bons no que fazem. Keanu Reeves também tem me citado em muitas ocasiões, só que eu não tenho certeza de que ele captou meu pensamento. O fato, porém, é que Matrix faz uma leitura ingênua da relação entre ilusão e realidade. Os diretores se basearam em meu livro Simulacros e Simulação, mas não o entenderam. Prefiro filmes como Truman Show e Cidade dos Sonhos, cujos realizadores perceberam que a diferença entre uma coisa e outra é menos evidente. Nos dois filmes, minhas idéias estão mais bem aplicadas. Os Wachowskis me chamaram para prestar uma assessoria filosófica para Matrix Reloaded e Matrix Revolutions, mas não aceitei o convite. Como poderia? Não tenho nada a ver com kung fu. Meu trabalho é discutir idéias em ambientes apropriados para essa atividade.
domingo, 6 de julho de 2008
CIBERCULTURA E CYBERPUNK

Parte 2:
Parte 3
Parte 4:
Cenas do filme, de 1982, que inpirou esta estética: BLADE RUNNER
AUTO DA LUSITÂNIA

Fragmento:(linguagem original - 1532)
Entra hum cortesão e diz:
Cor: Vosso pae he ca, senhora?
Led: Que lhe
quereis vós dizer?
Cor: Pregunto a vossa mercê.
Led: Per hi sahio elle
fóra
A arrecadar não sei que.
Quereis-lhe algua coisa?
Havei-lo
mister, senhor?
Cor: Tem elle muito lavor?
Led: De ventura não repoisa
Nem sossega o peccador.
Cor: Vossa mãe he tambem fora?
Led: Mas em
cima está cosendo
E eu ando isto fazendo.
Cor: Não devia tal senhora
Como vós andar varrendo,
Senão enfiar aljofre
E perlas orientaes,
Não sei como isto se sofre.
Led: Minha mãe tem no seu cofre
Duas
voltas de coraes.
Cor: Senhora, sam cortesão,
E da linhagem d’Eneas,
E por vossa inclinação
Folgára de ser d’Abrahão
O sangue de minhas
veas.
Mas vosso e não de ninguém
He tudo o que está comigo,
E
quero-vos grande bem.
Led: Bem vos queira Deos amen:
Quereis outra
coisa, amigo?
Cor: Temo muito que me leixe
Vosso amor pobre coitado
De favor com quem me queixe.
Led: Lançae na sisa do peixe,
E logo
sois remediado.
Cor: Não falo, senhora, disso,
Por que eu me queimo e
arco
Com dores de coração.
Led: Muitas vezes tenho eu isso:
Diz
MestrAires que he do baça.
E reina mais no verão.
Cor: Mas, senhora,
por amar
Fiz minha sorte sugeita,
E perdi a mais andar.
Led: Crede,
senhor, que o jogar
Poicas vezes aproveita
Dom Senegal Saborido,
Que
tinha tanta fazenda,
Por jogar está perdido,
Que não tem o dolorido
Nem que compre nem que venda.
Cor: Ó doce frol antre espinhas,
Crede o amor sem mudança
Que vos tenho e que vos digo.
Led: Assi
huas primas minhas
E toda esta vezinhança
Todos tem amor comigo:
Dom
Isagaha Barabanel
E Rabi Abram Zacuto,
O Donegal Coronel,
E Dona
Luna de Cosiel,
E todos me querem muito.
Cor: Senhora, por piadade
Que entendais minha rezão;
Entendei minha verdade,
Entendei minha
vontade,
E mudareis a tenção:
Entendei bem minha dor,
E mil maleitas
quartans,
Que por vós hão de me matar
Led: Assi he meu pae, senhor,
Que tem dored d’almorrans,
Que he coisa de apiadar.Como produção de texto, pedi aos alunos do primeiro C (noturno), ensino médio, que transpusessem o fragmento para os dias atuais. Escolhi uma produção que gostei muito. Leiam e comprovem:
Orotides: Oi! Como vai você?
Você está muito linda,
Eu não resisti, você parece uma rosa azul
Seu sorriso brilha mais que um diamante.
Márcia: Realmente o dia está lindo.
Parece uma rosa se abrindo.
Orotides: Então, você gostaria de um passeio?
Quem sabe na praça? Podemos tomar um sorvete.
Márcia: Bem que eu queria, mas estou gripada amigo.
Orotides: Tenho muito que te falar, coisas lindas de verdade.
o que eu te mostrarei é a realidade.
Márcia: É devo concordar que a realidade às vezes é difícil.
Orotides: Você já vem com pedras na mão,
perto de você acende o meu pobre coração.
Márcia: Agora eu vou confessar,
um segredo a você,
meu pai também anda com esta dor no coração.
Orotides: Quando te vejo o sangue ferve,
parece que vou explodir.
E para os seus pais eu vou te pedir.
Márcia: Deve ser pressão alta,
às vezes sentimos algo estranho,
melhor ver o que é...
Orotides: Você é uma bela flor
Entre espinhos e é linda de se apreciar.
Márcia: Há, como eu queria que a minha vida
Fosse um mar de rosas, mas só encontro espinhos.
Cada coisa que me aparece...
quinta-feira, 3 de julho de 2008
FICÇÃO CIENTÍFICA

FICÇÃO CIENTÍFICA E Terror: A Mosca, Alien
FC E Ação: Total Recall, The Terminator
FC E Romance: Em Algum Lugar do Passado, Kate & Leopold
FC E Policial: Robocop, Blade Runner
FC E Drama: Inimigo Meu, Soyent Green
A grande diferença é que ela tenta convencer seu público de que as idéias que apresenta podem não ser possíveis no contexto atual, mas poderiam ser, valendo-se de uma explicação científica ou pelo menos racional. É diferente da Ficção Fantástica onde a preocupação de afirmar a viabilidade real de seus acontecimentos não ocorre, ou ocorre de forma não racional. Para validar algo que não é possível no nosso contexto atual, a Ficção científica pode recorrer a: Ambientação Futura.
Interessante é que se fizermos uma pesquisa, encontraremos uma porcentagem pequena de pessoas que declaram ser esse seu gênero favorito, por outro lado, este é com certeza o gênero cinematográfico mais bem sucedido do mundo. Basta olhar a lista das maiores bilheterias cinematográficas mundiais, evidentemente compostas por filmes de Hollywood. Tirando Titanic, a maioria é de Ficção Científica, Star Wars, Independence Day, O Dia Depois de Amanhã ET, Batman e etc.
Um bom apreciador desse gênero necessita ter receptividade a idéias novas, abertura a ousadias intelectuais. É o que fez a PIXAR no filme WALL .E, onde foi explorada a FUTURÂMICA TERRENA com VIAGENS PARA FORA DA TERRA .Trata-se de qualquer ambientação que localize-se no futuro em nosso planeta, mas em geral aborda uma era mais adiantada tecnologicamente e ou socialmente. É o que os roteiristas do filme fizeram, unindo as duas perspectivas e deu certo.
Será que é possível a ficção se tornar realidade?
Vamos acumular tanto LIXO que teremos de sair da terra?
O lixo vai matar toda e qualquer forma de vida vegetativa?
Como sempre a PIXAR foi inteligente ao atingir o público infantil por despertar neles esta preocupação, pois em nós, adultos, parece que é tarde.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Conheça a candidata Jandaiense ao título de Miss Mundo Brasil 2008

terça-feira, 1 de julho de 2008
NÃO BEBA NADA

Hoje, recebi a revista ISTO É com a reportagem de capa BEBER E DIRIGIR, com uma imagem bem elucidativa: Um mulher algemada e ao mesmo tempo segurando uma taça de bebida alcoólica.
sábado, 28 de junho de 2008
SEM DESTINO

Sobre o autor:
Nascido nos Estados Unidos, Lee Hill é escritor e crítico de cinema, sendo também o biógrafo do escritor e roteirista Terry Southern.
A música tema do filme é de Steppenwolf "Born to be Wild".
Veja o momento em que Peter Fonda joga o relógio e começa a aventura:
quinta-feira, 26 de junho de 2008
O feminino em Machado de Assis

Escrevia sobre mulheres e para mulheres: parece mesmo que tinha certa predileção em escrever para este público. Sua obra, de modo geral, encena vários tipos femininos, com histórias povoadas de muitas personagens e situações que mostram as alternativas com que as mulheres se defrontam na vida: assim é com Lívia de Ressurreição, Guiomar de A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia, Virgília e Marcela de Brás Cubas, Sofia de Quincas Borba, Capitu de Dom Casmurro, Flora de Esaú e Jacó, Fidelia e Carmo de Memorial de Aires, além da profusão das protagonistas de inúmeros contos — como “Missa do galo”, “Capítulo dos chapéus”, “Singular ocorrência”, “Uma senhora”, “Trina e una”, “Primas de Sapucaia!”, “Noite de almirante”, “A senhora do Galvão”, “Uns braços”, “D. Paula”, Rita, em “A Cartomante”, que encenam vários tipos femininos e situações com as quais as mulheres se defrontam na vida comum, podendo mesmo ser classificados como Estudo sobre o feminino, ao demonstrarem a sensibilidade de Machado no trato de questões que envolvem moral, ética, preconceito social, autoritarismo, amor, ciúme e adultério.
Suas mulheres ficcionais, orgulhosas ou tímidas, calculistas ou levianas, singelas ou complexas. Machado preocupou-se com o psicológico de maneira muito especial, podemos constatar nos climas, ambientes, situações existenciais sutis e delicadas: as mulheres surgem como personagens de grande densidade psicológica, tornando o enredo de suas obras muito denso, de difícil compreensão. Na maioria dos romances, a mulher é o elemento forte, traz o homem dependente de si, ela é o esteio, a base da relação. Há matriarcas que dominam e comandam propriedades e a família, viúvas que não se casam, em que se percebe que a figura masculina é, por vezes, desnecessária.