Assisti hoje, ao filme O Leitor (2009), uma hístória surpreendente e envolvente, que mostra, de início, várias cenas de nudez. Começa devagar e depois mantém um bom rítmo de suspense até o final. Conta a história de um adolescente alemão que se apaixona por uma mulher mais velha nos anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Anos mais tarde, quando ele é um estudante de direito e vai ver o julgamento de umas nazistas, descobre que a mulher por quem era apaixonado na adolescência era a chefe das nazistas.
Há muitos temas para serem analisados, mas acho o que mais me marcou foi a questão de como às vezes somos capazes de esconder nossos sentimentos pelos outros, fazendo disto um segredo pela vida inteira. Vamos alimentando estes sentimentos, damos um valor inestimável, mas somos incapazes de transmití-los ao outro. Pensamos tanto em alguém, nutrimos tanto um amor e passamos uma vida inteira sem conseguir que esse sentimento saia da gente Isso gera consequências enormes e muitas vezes tomam uma proporção indesejável! Torna-se mais incompreensível ainda, quando isso é recíproco. Ou seja, quando esses sentimentos mútuos aprisionados se encontram, mas não se libertam. O pior disso tudo é quando a chance da liberdade acaba e só fica um grande vazio.
Outros detalhes do filme nos fazem pensar: Michael não consegue mais olhar para Hannah, agora que conhece seu passado, mas ao mesmo tempo a conhece, sabe de seu analfabetismo, conhece suas limitações. Tem um julgamento diferente dos juízes, jurados e da opinião pública. Ele tem a visão de perto. Mas ainda assim não consegue encará-la. Isso é muito difícil de ser resolvido. A culpa germânica me parece muito bem representada nesse detalhe sensível do filme. Ele não aceita as atrocidades nazistas, mas ele é alemão. Como encarar isso? Como lidar com isso? Ele também poderia tê-la ajudado em um certo momento, mas como ajudar publicamente a defender o indefensável? Como ajudar uma guarda das SS? Como "dialogar diretamente" com tantos conflitos, com seus próprios conflitos?
Há também uma falta de comunicação entre os dois, se origina justamente desta distância que Michael estabelece em relação a Hannah e que só depois de muito tempo ele consegue vencer. E isso acontece com todos nós. Quando deveríamos falar com as pessoas com quem temos conflitos, resolvemos nos afastar. É a melhor solução naquele momento.
Sobre o aspecto histórico, o fato dela ter comandado várias execuções, acho que a questão é pensarmos de quanta gente simplesmente obedece às ordens estabelecidas (e isso serve para qualquer sistema) porque são ordens e as pessoas obedecem, não questionam.
Finalmente, e não menos importante, surgiu-me uma dúvida: Por que a Hanna de repente começou a se envolver com um menino de quinze anos? Será que ela estava somente o usando? No julgamento dela, as testemunhas alegaram terem sido vítimas dela por serem forçadas a "ler" algo pra a mulher "desumana". E o menino de quinze anos então, também foi vítima dela. Ela o estava usando? Ou estava apaixonada?
Há muitos temas para serem analisados, mas acho o que mais me marcou foi a questão de como às vezes somos capazes de esconder nossos sentimentos pelos outros, fazendo disto um segredo pela vida inteira. Vamos alimentando estes sentimentos, damos um valor inestimável, mas somos incapazes de transmití-los ao outro. Pensamos tanto em alguém, nutrimos tanto um amor e passamos uma vida inteira sem conseguir que esse sentimento saia da gente Isso gera consequências enormes e muitas vezes tomam uma proporção indesejável! Torna-se mais incompreensível ainda, quando isso é recíproco. Ou seja, quando esses sentimentos mútuos aprisionados se encontram, mas não se libertam. O pior disso tudo é quando a chance da liberdade acaba e só fica um grande vazio.
Outros detalhes do filme nos fazem pensar: Michael não consegue mais olhar para Hannah, agora que conhece seu passado, mas ao mesmo tempo a conhece, sabe de seu analfabetismo, conhece suas limitações. Tem um julgamento diferente dos juízes, jurados e da opinião pública. Ele tem a visão de perto. Mas ainda assim não consegue encará-la. Isso é muito difícil de ser resolvido. A culpa germânica me parece muito bem representada nesse detalhe sensível do filme. Ele não aceita as atrocidades nazistas, mas ele é alemão. Como encarar isso? Como lidar com isso? Ele também poderia tê-la ajudado em um certo momento, mas como ajudar publicamente a defender o indefensável? Como ajudar uma guarda das SS? Como "dialogar diretamente" com tantos conflitos, com seus próprios conflitos?
Há também uma falta de comunicação entre os dois, se origina justamente desta distância que Michael estabelece em relação a Hannah e que só depois de muito tempo ele consegue vencer. E isso acontece com todos nós. Quando deveríamos falar com as pessoas com quem temos conflitos, resolvemos nos afastar. É a melhor solução naquele momento.
Sobre o aspecto histórico, o fato dela ter comandado várias execuções, acho que a questão é pensarmos de quanta gente simplesmente obedece às ordens estabelecidas (e isso serve para qualquer sistema) porque são ordens e as pessoas obedecem, não questionam.
Finalmente, e não menos importante, surgiu-me uma dúvida: Por que a Hanna de repente começou a se envolver com um menino de quinze anos? Será que ela estava somente o usando? No julgamento dela, as testemunhas alegaram terem sido vítimas dela por serem forçadas a "ler" algo pra a mulher "desumana". E o menino de quinze anos então, também foi vítima dela. Ela o estava usando? Ou estava apaixonada?