Boas festas para todos em qualquer altura do ano! O Natal só acontece uma vez por ano, triste verdade, pois se acontecesse todos os dias, este mundo seria bem diferente. Esta é a mensagem de Charles Dickens e do seu 'Conto de Natal'.
Estou no clima natalino, pois já faz um mês que decorei minha casa. Realmente posso dizer que sou aficionada por esta época. No ano passado fiz um post dos filmes que falavam de natal. Este ano irei postar alguns contos que já li e que me marcaram na infância e que ainda releio.
Começarei pelo clássico dos clássicos da literatura Inglesa, A Christmas Carol , de Charles Dickens, um dos contos mais adaptados no cinema e na TV. Talvez porque este livro seja muito mais do que uma história natalícia. As imagens que geralmente se associam a esta época — o Natal como sinônimo de reunião familiar — foram fixadas e transmitidas de geração para geração por estas páginas que Dickens escreveu em apenas seis semanas e com o objetivo de pagar suas dívidas. Publicado em 1843, no Reino Unido, esse livro é descrito por ele, como Um Livrinho de Natal, contendo várias ilustrações de John Leech, a história transformou-se imediatamente num sucesso, vendendo mais de seis mil cópias em uma semana (um número incrível para a época).
O seu conto "Canção de Natal" (que inspirou a criação do Tio Patinhas, personagem da Disney), é talvez a sua história mais conhecida. As adaptações são inúmeras, para quase todos os gêneros de comunicação: cinema, amimações, televisão, teatro, outras adaptações literárias, etc, criam um fenômeno de popularidade que transcende a obra original. Segundo alguns, esta história, patética, moralista e bem humorada, resume o verdadeiro significado do Natal, eclipsando todas as outras histórias de Dickens sobre o tema.
Só para exemplificar o poder de influência deste conto, Renato Aragão adaptou este livro em uma meia-dúzia de especiais de Natal.
O enredo nos traz a figura de Scrooge, um rabugento homem de negócios de Londres, sovina e solitário, que não demonstrava um pingo de bons sentimentos e compaixão para com os outros. Não deixa que ninguém rompa sua carapaça e preocupa-se apenas com seus lucros. Submetia os funcionários a condições de trabalho desumanas, expulsava pedintes e amaldiçoava seu bom sobrinho o pai do pequeno e adoentado Timmy e chefe de um núcleo familiar que não perdia a alegria de viver.
Aos desejos de feliz natal, Scrooge retrucava:
- "Bah, que bobagem! Que motivos você tem para estar feliz, sendo pobre desse jeito?".
- "Bah, que bobagem! Que motivos você tem para estar feliz, sendo pobre desse jeito?".
São os conflitos modernos da vida real, de perda de valores ancestrais e familiares, e de degradação dos laços sociais, que Dickens resolve na literatura e, especificamente, em Um Conto de Natal , mas sem jamais manchar ,ofender ou criticar abertamente as instituições vitorianas. Tanto foi assim que famílias inteiras reuniam-se ao redor da mesa de jantar para acompanhar as peripécias dos personagens , cada vez que um periódico de jornal trazia um novo capítulo.
Dickens esteve entre os primeiros a detectar os males da sociedade moderna, e Scrooge, com sua ganância pelo lucro, é o seu símbolo maior para toda a crueldade do capitalismo selvagem.
Deste modo, onde ainda houver sentimentos de solidariedade para com os excluídos, amor às reuniões familiares, vontade de congregação entre as pessoas e estranheza frente às frias relações de comércio e trabalho, Um Conto de Natal continuará atual.
A Christmas Carol foi para os cinemas novamente, neste ano. Nesta nova versão da Disney, o clássico natalino surge em imagens muito interessantes. O longa é dirigido por Robert Zemeckis
Pelo trailer dá para ter uma boa ideia do espetáculo que Zemeckis fez com a história de Dickens. Pelo menos, uma dúvida eu não tenho, nesta história o espírito de Natal costuma estar realmente inspirado
Mas antes de assistir ao filme leia o conto, clicando em View in fullscreen , na imagem logo abaixo:
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