Vejam a criança rodeada de porcos a grunhir,
Desarmada, encolhendo os dedos dos pés.
Chora, não sabe fazer mais nada senão chorar.
Será alguma vez capaz de ficar de pé e caminhar?
Coragem! E depressa, penso eu,
Poderão ver a criança dançar;
Logo que conseguir manter-se de pé,
Haverão de a ver caminhar de cabeça para baixo.
Desarmada, encolhendo os dedos dos pés.
Chora, não sabe fazer mais nada senão chorar.
Será alguma vez capaz de ficar de pé e caminhar?
Coragem! E depressa, penso eu,
Poderão ver a criança dançar;
Logo que conseguir manter-se de pé,
Haverão de a ver caminhar de cabeça para baixo.
NIETZSCHE, F. A Gaia Ciência. São Paulo: Rideel, 2005.
Podemos depreender deste poema, que a figura dos porcos seria transposta a todos os tipos de repressores (pais, professores, avós, a sociedade em geral), que reprimem a criança, distorcendo-lhe a personalidade. Fazendo dessas crianças um adulto tímido, medroso, fracassado. Mas se em algum momento esta criança consegue se libertar do opressor, não só conquistará seu espaço, como será o protagonista de sua vida. Onde se diz: "Haverão de a ver caminhar de cabeça para baixo",pode se entender que, quando ela se libertar da bitolagem imposta pela sociedade e, descobrir o mundo com sua vivência, conseguirá então, superar todas as expectativas, vindas da superação do fracasso.
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